segunda-feira, dezembro 21, 2015

Gonchi (2015)

Documentário biográfico sobre o uruguaio Gonzalo Rodríguez, considerado por muitos especialistas como um dos melhores pilotos de categorias inferiores que nunca teve a oportunidade de conduzir na Fórmula 1, "Gonchi" é uma belíssima homenagem a uma personagem desportiva ímpar que faleceu, vítima de um brutal acidente, durante a qualificação para a sua segunda corrida como profissional no circuito norte-americano equivalente à F1. Dono de um sorriso contagiante - um dos relatos de arquivo afirma que Jack Nicholson podia aprender com Gonzalo alguma coisa para o seu Joker -, um desportivismo raro - era constantemente penalizado por infracções durante a corrida, chegando a ver vitórias serem desqualificadas, algo que aceitava com um sorriso na cara, chegando mesmo ele próprio a ir entregar o troféu aos vencedores oficiais - e um estilo de condução alucinante - ultrapassava constantemente com metade do carro fora da pista, a pisar a relva, em curvas onde em teoria era impossível fazer qualquer ultrapassagem (e daí o lugar cativo, como brincava, que tinha na sala dos comissários), Don Rodríguez brilhou na Fórmula 3000 onde conseguiu vencer os Big 3: Spa-Francorchamps, Nürburgring e Mónaco. Longe de ser um piloto rápido (nunca fazia grandes tempos nas qualificações, partindo sempre do meio da grelha), era um louco nas corridas. O notável Juan Pablo Montoya, seu grande amigo e rival na Fórmula 3000, afirma a certa altura do documentário que Gonchi tinha uns cojones sem igual nas pistas; mas era a sua personalidade cativante fora delas que conquistou e deixou saudades em todos os que conviveram com ele. Uma história de vida, muito mais curta do que merecia, para ser descoberta na Netflix nacional. Obrigatório para qualquer fã de "Senna".

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