sábado, junho 09, 2012

Tentáculos Inofensivos

O novo anúncio da Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC) contra a pirataria que antecede agora todas as estreias cinematográficas em território nacional, animado a partir de um guião elaborado por uma turma da terceira classe de um colégio qualquer, é tão infantil - daahh, óbvio -, irritante e repetitivo - para além de estupidamente longo -, que pela primeira vez na minha vida tive vontade de pegar no telemóvel, filmar o filme, colocá-lo na net e, no dia seguinte, ainda montar uma bancada na Feira da Ladra com cópias gratuitas do mesmo. Se a IGAC pensa que é através de um discurso básico e de ensino primário que vai convencer milhares de adolescentes e jovens adultos - aqueles que, segundo vários estudos internacionais, representam a maior fatia dos "piratas" - ou educar desde cedo as crianças para um futuro livre do bicho do download, está tudo dito sobre a eficácia e autoridade da mesma na matéria. Autoridade essa que deveria ser mostrada de forma fiscalizadora e não educativa. Porque usar dinheiros públicos para uma falsa acção de sensibilização - quando, no fundo, o objectivo é defender interesses de privados, que não colocam um tostão neste projecto, mesmo sendo parceiros - é criticável nesta altura de crise para todos os portugueses. Em altura de Europeu de futebol, fica o apelo: volta polvo Paul, estás perdoado, mas livrai-nos dos intermináveis minutos do polvo infantil da pirataria.

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