quarta-feira, março 12, 2008

Jumper (2008)

Em “Jumper”, Hayden Christensen é David Rice, um rapaz que aparenta ser como tantos outros mas que, de verdade, não o é. É que Rice goza de um super-poder excêntrico, derivado de uma anomalia genética, que o dota da capacidade de se teletransportar instantaneamente para qualquer local do planeta, a qualquer momento. Entre banhos de sol junto às pirâmides do Egipto, umas ondas surfadas nas Maldivas ou um pequeno-almoço romântico em Nova Iorque, tudo numa única manhã, a vida de David era um sonho tornado realidade que corria de vento em popa. No entanto, e como não há bela sem senão, tudo vai mudar quando descobre que não é o único neste mundo capaz de teletransportar-se e que uma organização secreta – os Paladinos de Samuel L. Jackson - o perseguirá até o assassinar, numa guerra que, afinal de contas, dura há milhares e milhares de anos.

Com um dos mais fortes pontos de partida dos últimos anos, um realizador com a respeitável bagagem de Doug Liman – que de “Swingers” a “Mr. e Mrs. Smith”, passando por “Identidade Desconhecida” e “Go - A Vida Começa às Três da Manhã”, nunca havido desperdiçado uma premissa interessante – e um par de guionistas responsáveis, entre outros, pelos argumentos cinematográficos de “Batman Begins” e “Fight Club”, a ilação mais simpática que se pode prestar a “Jumper” é mesmo que, por um conjunto de circunstâncias infelizes e sem explicação, toda a potencialidade deste projecto foi transformada num produto medíocre e insignificante em todas as suas vertentes. Com a epígrafe em questão, detentora de um carácter artístico quase anarquista, onde infinitas possíblidades eram exequíveis, “Jumper” acaba por escolher um atalho demasiado simplista e infantil, tornando-se com o passar dos minutos em entretenimento facilmente esquecível que desaproveita uma grande ideia.

Como se de um círculo vicioso se tratasse, até as interpretações dos nomes mais sonantes do elenco são levianas. Hayden não convence enquanto super-herói, Jackson – e que fique claro que o considero um dos melhores da sua geração – não está talhado para vilões caricaturais e a esbelta e airosa Rachel Bilson chega a meter dó de tão superficial e incrédula ostenta ser, mesmo nos momentos mais profundos da relação amorosa da fita. De resto, e para sacudir alguma água desse capote, é nítido que as personagens não têm sequer tempo, no meio de tanto salto temporal e de pouco mais de oitenta minutos de fita, para serem desenvolvidas adequadamente. Com um final terrível, que promete uma ou mais sequelas, este poderá ter sido o pontapé de saída para uma aventura que ainda vai a tempo de ser épica: basta aliar aos efeitos especiais deste primeiro capítulo, uma história mais imaginativa, aprofundada e sem tanto cliché romântico. Em suma, “Jumper” é a prova de que quando nos chega um blockbuster de acção logo em Fevereiro, devemos torcer o nariz. Até porque quem o distribui, já sabe que o que tem em mãos não tem cabedal para competir com os pesos pesados do Verão.

10 comentários:

Anónimo disse...

Ainda n vi este....... mas parece-me que so lhes falta andar de espada... ha e ser imortal, para ser igual.

Anónimo disse...

Realmente o Jumper, é muito fraquinho, o Dath Vader sem facto não encanta, e a menina do Orange County , sem o Sol da California esmorece. O Samuel, com a carapinha branca, fica deslocado, e até ficamos sem saber de onde aparece a Diane...

Anónimo disse...

Quando alguém me diz que isto é um filmão, apetece-me mandar-lhe com uma cadeira à cabeça. Cada um tem os seus gostos, mas por amor de Deus, que porcaria de filme. Não tem história, não tem nada

5/10.

Anónimo disse...

Retirado da Revista Take na integra. ;P Um grande abraço e vai participar no meu jogo. Não... Não há discussão. Vai e ponto final. :D

Carlos M. Reis disse...

Nasp ;) Um abraço!

Abidos, check, check, check and check ;) Cumprimentos.

Anónimo, tão mau e leva um 5? ;D Cumprimentos Anónimo.

Ricardo, bom sinal que tenhas reparado. Quer dizer que deste uma olhadela pela revista com olhos de ver ;) Quanto ao quiz, eu vou lá, mas sou péssimo a reconhecer imagens. Ou são mesmo chapadas... ou nada. Mas eu vou tentar ;) Um abraço!

Carla Rodrigues disse...

Sem dúvida, o filme não teve nada que se aproveitasse. Os únicos sopros de vida que apareceram por lá foram graças ao Jamie Bell.

Anónimo disse...

acabei de ver.... realmente e muito fraquito.... mas eu tambem ja n gostava dos filmes do Doug Liman antes de este.

No entanto, cheira-me ja a sequelas, e uma serie de TV tambem

cumpts.

Carlos M. Reis disse...

Sim Nakamura, Jamie Bell foi mesmo o único que se safou da mediocridade. Até a sua personagem. Cumprimentos!

Nasp, eu cá gostava bastante e esta foi a primeira desilusão séria que tive com ele. Quanto a sequela, é mais do que certo, aquele final não engana. Um abraço!

brain-mixer disse...

Trilogia a caminho. Embora se tenha atrapalhado no boxoffice americano, o que o safou foram as receitas mundiais... Para quem não gostou, aguentem-se com mais duas estreias :P

Carlos M. Reis disse...

Eu não me importo, até porque tal como disse, ainda acredito que as coisas podem endireitar-se. Foi um falso pontapé de saída, daqueles dados pelo Eusébio a brincar antes dos jogos. Vamos lá ver ;) Um abraço!

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