sexta-feira, junho 01, 2007

Alive (1993)

Numa Sexta-Feira 13, em Outubro de 1972, começou uma das histórias de sobrevivência mais profundas, controversas e inspiradoras do último século. Com a queda de um avião nas montanhas dos Andes, os sobreviventes, elementos da selecção juvenil de Rugby do Uruguai, ficam expostos às mais dificeís adversidades que a Natureza pode e consegue proporcionar. Sozinhos, no meio de nada, sob temperatures negativas e sem nada para comer, rapidamente percebem que para suportar o inimaginável, terão de fazer o impensável: comer carne humana e, numa tentativa heróica, percorrer os Andes até ao vales verdes do Chile, em procura de auxílio.

Com um elenco jovem, em "Estamos Vivos" tudo parece demasiado artificial. Das emoções aos conflitos, existem certas histórias que dificilmente conseguem ser transpostas na sua essência para a tela de cinema. As interpretações chegam a ser angustiantes e só Ethan Hawke e Josh Hamilton dão um ar da sua graça, expondo para o espectador o capital humano das suas personagens, num filme que devia ter sido, devido ao forte relato que lhe serve de base, bem mais intenso do que acabou por ser. Além disto, é inadmissível que ao fim de cinquenta, setenta e oitenta dias, as personagens aparentem a mesma forma fisíca, os mesmos atributos atitudinais e a barba impecável.

Ditosamente, o filme explora de forma eficaz algumas questões morais, levantando no espectador aquele sentimento de "Se fosse eu, seria capaz?". No entanto, uma história tão poderosa merecia uma adaptação mais meticulosa, e não feita em cima do joelho. O realizador Frank Marshall ("Congo" e "Arachophobia") explora bem a arrepiantemente bela paisagem branca mas fracassa totalmente no plano afectivo e cognitivo dos seus constituintes. Uma certeza fica: todos os sobreviventes passaram a preferir o comboio ao avião.

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