sábado, dezembro 30, 2006

Seis apostas CN para 2007

Depois de no ano passado termos apostado nestes seis filmes para triunfar em 2006 (e a verdade é que todos tiveram o seu "q" de sucesso), agora chega a altura de apostar noutros seis... para 2007. Sem qualquer ordem, aqui ficam os seis filmes mais esperados pelo CN (por enquanto) para o ano que se aproxima:

The Bucket List de Rob Reiner, com Jack Nicholson e Morgan Freeman
Into the Wild de Sean Penn, com Emile Hirsch e Vince Vaughn
Sin City 2 de Robert Rodriguez, com Clive Owen e Mickey Rourke
Spiderman 3 de Sam Raimi, com Tobey Maguire e Kirsten Dunst
The Lady from Shangai de Wong-Kar Wai, com Nicole Kidman e Rachel Weisz
The Fountain de Darren Aronofsky, com Hugh Jackman e Rachel Weisz

Por este ano é tudo caros leitores. Voltamos no novo ano com os Globos de Prata para Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actor Principal e Melhor Actriz Principal. Até lá, os votos de um 2007 repleto de saúde e alegria.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

7 Blogues, 6 Estreias, 5 Estrelas? - Dezembro

E já que tratamos de classificações, fica a nota que o internacionalmente aclamado Babel de Iñarritu (autor dos brilhantes 21 Gramas e Amor Cão), estreado esta quinta-feira, foi devastado pelos críticos do Diário de Notícias (à excepção de João Lopes): nota 1 em 5 de Eurico de Barros e Nuno Carvalho e nota 0 de Pedro Mexia. Parece que temos um filme que se ama ou odeia. Presença obrigatória na próxima edição da nossa tabela.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Alfie (2004)

Para Alfie (Jude Law), a vida era uma epopeia machista sem grandes responsabilidades, mas muito prazer. Uma noite de cada vez, Alfie desfrutava desde viúvas ricas com gosto para homens mais novos (Susan Surandon), a jovens belas e rebeldes (Sienna Miller). Com todas na “palma da mão”, mas com um sentimento interior de fracasso na vida, Alfie começa a questionar-se se não deveria haver algo mais na sua vida do que estes repentinos romances. Mas poderá um “selvagem” abandonar os seus instintos? Valerá a pena a procura incessante por uma companhia melhor? A mulher perfeita existe?

Com uma realização exímia de Charles Shyer, acompanhada por uma das direcções fotográficas mais criativas, apelativas e eficazes dos últimos anos, “Alfie”, que podia ter sido o típico romance vazio e com densidade emocional a roçar a nulidade, acaba por ser uma das melhores obras “light” já feitas no género. Shyer contorna os percursos mais óbvios e previsíveis, tornando esta segunda edição de Alfie (a primeira, lançou Michael Caine para o estrelato nos anos 60) num filme saborosamente lúdico, maturo e, quem diria, original. A percepção da desilusão das ilusões de Alfie torna-se ainda mais fluida com a maravilhosa banda sonora que o acompanha, a cargo de Mick Jagger e, porque não, com o fantástico guarda-roupa “sixties” semi-actualizado para o novo milénio.

Alfie é um “one-man show” de Jude Law. Interpretar um playboy egocêntrico, individualista e presunçoso que vive sem compromissos e preocupações, ao contrário do que muitos podem pensar, não é fácil. Mas Law cumpre a missão, com cinismo e frivolidade, com a distância emocional que se recomendava. Melancólico mas festivo, Jude Law navega pelas deliciosamente arrogantes atmosferas do filme dialogando com o espectador, de frente para a câmara, criando uma empatia que ajuda a obra a triunfar na mensagem. Fugindo ao terrível final feliz, bem como aos clichés típicos do género, inovando e mudando o conceito da obra que lhe deu forma, “Alfie e as Mulheres” acaba por convencer o mais cínico defensor do filme de Caine, com o seu final introspectivamente moralista.

Alfie, o filme, é um envolvente retrato hedónico e solitário, aplicável também ao sexo feminino, que mostra a sobrevivência do amor numa sociedade contemporânea confusa e com problemas de compromisso. Um momento da vida de um homem que quer viver e aproveitar a vida ao máximo. “Mas o que é isso?” pergunta Alfie no final. Não sei. Não sabemos. A pergunta fica no ar… porque há um pouco de Alfie em todos nós. Aquele desespero silencioso que nunca desaparece.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Globos de Prata 2006 - Actor Secundário, Memorablia e Tagline

Depois de alguns dias de descanso natalício, o Cinema Notebook volta ao activo e continua a premiar os melhores de 2006. Desta vez, e porque as melhores categorias ficam, como manda a regra, para o fim, entregamos o galardão a duas categorias pouco usuais, e a uma, de cariz secundário. Desta forma:

Melhor Tagline de 2006

"Oh, Yes... There will be blood."
Tagline de Saw II, estreado em território nacional a 19 de Janeiro de 2006. Quebra-cabeças, mortes elaboradas e uma tagline, no mínimo, macabra. Apesar de não ter sido tão bom quanto o primeiro, Saw II não deixou de ser uma das boas surpresas do ano.

Melhor item de Memorablia Cinematográfica lançado em 2006

O alçapão de Perdidos, com Jack, Locke, Hugo e Kate por perto.
Além da fantástica composição, uma luz interior, tal e qual a série, que ilumina o exterior. Basta duas pilhas AA e 30 euros na carteira ao entrar numa qualquer FNAC. O Pai Natal já deixou um cá por casa. É caso para dizer: do que é que está à espera?

Melhor Actor Secundário de 2006

Michael Caine como Jasper em Children of Men de Alfonso Cuarón.
Com um ar agastado mas irreverente, Caine transmite à personagem uma intensidade cómico-dramática quase existencial. Uma interpretação que passou ao lado de grande parte da crítica nacional mas que o Cinema Notebook não quis deixar de assinalar. Não tarda nada vamos vê-lo no aclamado "The Prestige" e por isso fica um "Até já" da redacção.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

sábado, dezembro 23, 2006

Estupidezes intrigantes sobre Lost [2]

O que é que eles usam como papel higiénico?

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Globos de Prata 2006 - Blogue do Ano, Crítica do Ano e Artigo do Ano

Depois de quatro categorias técnicas, hoje é dia de premiar a blogosfera cinematográfica nacional. As escolhas para os galardões resultam de um critério pessoal e como tal poderei ser injusto para algum colega de ramo. De qualquer forma, efectuei uma longa pesquisa em todos os blogues de cinema que estão na barra lateral do Cinema Notebook (principalmente para a escolha do melhor artigo e da melhor crítica) e justificarei adiante as minhas escolhas. Fica o desafio de fazerem o mesmo no vosso blogue. Assim sendo:

Melhor Critíca Cinematográfica num blogue de Cinema em 2006

Lady in the Water, no Pasmos Filtrados por Francisco Mendes
É muitas vezes uma delícia ler o que Francisco escreve, quer concordemos ou não com o que o mesmo afirma. Esta análise a Lady in the Water, de Night Shyamalan é, na minha opinião, o melhor exemplo da articulação entre uma linguagem poética, quase fantástica, e um rigor estrutural e de pensamento exemplares. Não vou retirar qualquer excerto, como farei posteriormente, pois todas aquelas palavras usadas pelo meu amigo "Katateh" não merecem o risco de ficarem abandonadas a uma leitura parcial e incompleta. Façam o favor, a Crítica do ano está aqui!

Melhor Artigo num blogue de Cinema em 2006

Cinema, no Claquete por Tiago Costa
É um artigo dirigido ao Hugo Alves, autor do Amarcord, mas merece ser lido e pensado por todos. Surgiu à última da hora nos nomeados mas as pequenas grandes frases que Tiago Costa articula no seu "texto de guerrilha" garantiram-no o galardão. Aqui estão os minuciosos pormenores que estabeleceram a diferença:

"Partindo do princípio assente no primeiro ponto, e presumindo que ninguém se julga dono da Razão e da Verdade (mesmo que às vezes pareça...), obviamente que qualquer opinião contrária à minha ou à de qualquer outro cinéfilo tem a mesma validade e merece idêntico respeito."
(...)
"Como cinéfilo que sou, como apaixonado pelo cinema, possuo um incessante interesse em conhecer o mais possível da História desta fascinante Arte desde os seus primórdios. É uma História vastíssima e, como tal, ainda tenho muito para conhecer - não seria inteligente de minha parte presumir saber mais do que outros (especialmente cinéfilos da blogosfera que nem conheço). Parece que Hugo Alves tem outra visão sobre esta matéria."
(...)
"É ainda menos prudente basear ataques a comentários de outros cinéfilos nessa infeliz pretensa superioridade de conhecimentos (como se dissesse "Eu conheço mais do que tu, logo tu estás errado."). Não querendo aqui especular sobre se Hugo Alves conhece ou não mais do que eu, também sobre esta questão tenho algumas coisas a dizer. Hugo Alves afirma que só quem não conhece Ozu, Ford, Murnau e restantes expressionistas é que pode não apreciar o filme de Pedro Costa. Bom, provavelmente o facto de conhecer a obra desses grandes cineastas contribuiu para a minha reacção negativa às imagens de Juventude em Marcha. E, para brincar um pouco com estas inócuas afirmações, poderia acrescentar que "Só quem não conhece Ozu, Ford, Murnau e restantes expressionistas é que pode considerar Pedro Costa um realizador de grande visão e talento." Serve este exemplo para demonstrar a reversibilidade e extrema fragilidade de afirmações destas."
(...)
"A forma como Hugo Alves inferioriza o pensamento de quem com ele não concorda, a pretexto de os estar a chamar à razão e de corrigir os seus supostos disparates, implica responder a uma importante e profunda questão: Numa troca de opiniões cinéfilas, o que é a Razão ou a Verdade?"
(...)
"E interessa-me sobretudo preservar o nível da conversa e respeitar as formas de sentir dos outros cinéfilos. (...) Dito isto, falemos sobre cinema."

Melhor Blogue Português de Cinema em 2006

Play It Again
Primeiro, deixem-me começar por dizer que esta não foi uma escolha fácil. O primeiro critério definido por mim era o nível de actualização. Play It Again estava entre os melhores, apesar de nos primeiros quatro meses de 2006 a média de posts ter rondado os 15, ou seja, um de dois em dois dias. Mas daí em diante, normalmente o blogue da Helena ultrapassou as 30 entradas mensais, batendo a maioria dos restantes. Definido o público-alvo de análise (os 10 blogues de cinema mais actualizados de 2006), passei então à análise qualitativa de cada um. E a partir daí, tudo deixou de ser científico e passou a ser completamente subjectivo, baseado no meu gosto pessoal e na minha própria noção de cinema.

A Helena iniciou a sua aventura na blogosfera em Março de 2005 mas rapidamente cativou a atenção de todos os seus leitores. Simpática e modesta em demasia, a Helena não deixa espaços temporais nem géneros por preencher. Vê de tudo um pouco (ou melhor, vê de tudo bastante) e deixou a sua opinião em 2006 no seu blogue sobre mais filmes que a maioria de nós nos nossos desde a existência dos mesmos. Recentemente abandonou o sistema de classificação por estrelas - uma má opção na minha opinião, mas que não é para aqui chamada - e colabora com o Take a Break, do carissímo Pedro Romão.

Em suma, Play it Again foi uma companhia diária garantida tanto nos gélidos dias de Inverno, como nos abrasadores meses de Verão. Uma fonte de conhecimento e informação sobre obras muitas vezes completamente desconhecidas ao cinéfilo mais light (no qual me incluo, sem qualquer problema). Play it Again é... o Blogue do Ano para o Cinema Notebook. E que me desculpem todos os outros que bem perto ficaram dele.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Globos de Prata 2006 - Personagem e Apêndices Mamários

Depois de atribuídos os galardões nas categorias de Melhor Poster e Melhor Actriz Secundária de 2006, hoje é dia de destacar "a nata das natas" em duas outras categorias, sendo que uma delas é, sem dúvida alguma, um pouco apimentada. Pode ser que a moda pegue e em 2076 a Academia de Hollywood imite aqui o Cinema Notebook e insira estas duas categorias no seu leque de votação. Mas até lá, não desesperem. É só continuar por aqui abaixo e encontrarão o par de apêndices mamários cinematográficos de 2006. Ah desculpem, e a melhor personagem também!

Melhor Personagem

V em V for Vendetta
"Voilà! In view, a humble vaudevillian veteran, cast vicariously as both victim and villain by the vicissitudes of Fate. This visage, no mere veneer of vanity, is a vestige of the vox populi, now vacant, vanished. However, this valorous visitation of a by-gone vexation, stands vivified and has vowed to vanquish these venal and virulent vermin van-guarding vice and vouchsafing the violently vicious and voracious violation of volition."
Existia alguma dúvida que uma personagem que debita numa simples frase tanta vingança e classe, com tantos e complicados V's, iria bater por milhas qualquer outra em 2006? Esta categoria desde Maio que estava decidida.

Melhores Apêndices Mamários Cinematográficos

Kelly Brook, como Jennifer em Three
Este "Three" (ou "Survival Island") chegou a Portugal, em 2006, directamente para uma Blockbuster perto de si. E não, não podemos nem devemos criticar tal facto, pois "Three" é mesmo mau, muito mau. Mas como até o Michael Thomas chegou a marcar um golito pelo Benfica, "Three" também tem o seu momento alto: Kelly Brook em topless em várias cenas. E minha nossa, valeu cada centavo de aluguer. Enfim, felizmente namoro com a mulher dos meus sonhos, caso contrário nesta altura estava em Londres à procura de "um peito amigo".

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Globos de Prata 2006 - Actriz Secundária e Poster

Mais um ano passou. Foram quase 200 os filmes estreados em Portugal durante 2006 e o Cinema Notebook, tal como fez o ano passado, volta a premiar os melhores em diversas categorias. Sem critérios de qualidade (já deviam saber que tenho mesmo mau gosto) e bastante limitado ao nível da nomeação (apenas assisti a uns 12,3% desses 200 filmes), tentarei articular categorias típicas desta altura do ano com algumas inovadoras. Para começar:

Melhor Poster


Little Miss Sunshine
Parece simples. Demasiado simples. Mas a verdade é que o seu visual transforma tudo em amarelo. O espaço em branco, a fonte modesta, a fotografia que nos deixa curiosos e interessados no caso de não sabermos a premissa. Pequenos pormenores que o fazem, para mim, o Poster de 2006.

Melhor Actriz Secundária

Michelle Monaghan como Harmony Faith Lane em Kiss Kiss Bang Bang.
30 anos e uma carreira promissora pela frente. Começou a dar nas vistas na série televisiva Boston Public mas só em Kiss Kiss Bang Bang conseguiu dar o salto definitivo para o estrelato, com uma interpretação fantástica que abriu os olhos a muita gente e a colocou entre as mais faladas, e não tarda nada, entre as mais bem pagas. Foi a miss Cruise em Mission: Impossible III e para 2007 tem lugar marcado em Gone, Baby, Gone de Ben Affleck e The Heartbreak Kid dos irmãos Farrelly. É tão intensa que nos fez mesmo torcer para que Cruise a salvasse na sua Missão Impossível invés de um final macabro e doentio. E em Kiss Kiss Bang Bang faz com que ninguém dê pela presença de Shannyn Sossamon no elenco. Não é para todas.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Tom & Jerry, Flinstones, Scoody Doo, Jetsons...

E tantos outros, ficaram órfãos. Depois da morte de William Hanna em 2001, chegou ontem o dia de Joseph Barbera, já com 95 anos de idade. Co-fundador de uma das empresas mais importantes do mundo da animação, a Hanna-Barbera, Joseph deixa um legado que jamais será abandonado ou esquecido. Vencedor de sete óscares da Academia, e em activo até 2005 (com 94 anos), altura em que escreveu o argumento de mais uma curta-metragem de animação (KarateGuard), Joseph leva ainda consigo o facto de ter sido uma das suas obras, neste caso, os Flinstones, a primeira série de animação a entrar todos os dias pelo horário nobre em milhões de casas nos Estados Unidos. Que descanse em paz.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Blogue da Semana (XVII)

domingo, dezembro 17, 2006

24 em nova Maratona na 2:

Para terminar o ano em beleza, a 2: irá proporcionar uma nova maratona do fenómeno televisivo 24. Desta vez é a excitante quinta temporada e a programação é a seguinte:

Dia 30: Episódios 1 a 4, a partir das 19h Episódios 5 a 10, a partir das 22h30

Dia 31: Episódios 11 a 22, a partir das 14h Episódios 23 e 24, a partir das 22h30

sábado, dezembro 16, 2006

Estupidezes intrigantes sobre Lost [1]

Como é que elas fazem a depilação?

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Déjà-Vu (2006)

Destacado para reunir e descobrir provas sobre uma explosão de um “ferry” que vitimou centenas, numa Nova Orleães pós-Katrina, Doug Carlin (Denzel Washington) é um agente da divisão de drogas e armas que acaba por ser inserido num programa especial do FBI que, através do uso de tecnologias extremamente complexas e inovadoras, consegue recuar atrás no tempo e analisar o passado através de uma dimensão paralela. Mas Carlin, inconformado com a morte de um colega e de uma estranha que estranhamente parece conhecer, interroga-se sobre os fins com que essa nova tecnologia pode ser usada.

Quem procurar em Déjà-Vu um refúgio espiritual sobre o destino e aquela estranha sensação de reconhecimento denominada Déjà-Vu, que entre na sala ao lado. Déjà-Vu de Tony Scott é, ao contrário do que muitos esperam, um filme de acção e não de reflexão. O Déjà-Vu em si não passa de um pretexto tecnológico para muita (e boa) acção e um par de representações magistrais. Falo de Denzel Washington e James Caviezel, que, em papéis opostos de herói e anti-herói, preenchem o filme de forma carismática e brilhante. Aliás, é mesmo Washington que salva o filme em vários momentos de cair no rídiculo, tal a ousadia do conceito, muitas vezes só pelo seu ar dominante e olhar penetrante.

Enquadrado então no seu ramo de eleição, - a acção - Tony Scott trabalha novamente a camerâ como poucos e reproduz, de forma bem mais suave e menos irritada do que “Homem em Fúria”, um conjunto de planos extraordinariamente apelativos. Mas não há bela sem senão, e em termos de montagem, “Déjà-Vu” volta a pecar por diversas situações. Tal como o havia feito em “Man on Fire”. O elenco é forte e apenas Val Kilmer, com a sua personagem de cara inchada e avolumada, sem qualquer aprofundamento psicológico destoa. Já Washington volta a agarrar o espectador como só ele sabe e desta vez conta ainda com um inesperadamente arrepiante e frio Caviezel. Uma palavra ainda para Adam Goldberg, que com uma personagem secundária rouba por várias vezes o protagonismo no ecrã a todos os outros.

Num filme cientificamente complexo e arrojado como “Déjà-Vu”, serão certamente muitos os que apedrejarão Tony Scott pela leviandade com que trata o tema. São imenos os buracos no argumento e facto de tornar o déjà-vu resultado de um mecanismo tecnológico, construído pelo homem, invés de uma qualquer habilidade da mente ou característica arrepiante e espiritual da raça humana, abonará na sua acusação. Mas para todos os outros que conhecem o historial de Scott e sabiam que o filme seria, acima de tudo, frenético e ideologicamente despreocupado, “Déjà-Vu” foi uma óptima surpresa. Surpresa porque apanhamos um Tony Scott com uma mão mais firme e menos irrequieta, liderado por um Denzel Washington que, por mais que tente e arrisque, não sabe fracassar. É acção pura mas inteligente e com fundamentos. Agora resta esperar que alguém pegue no conceito de Déjà-Vu deixado por Scott e o transforme numa série televisiva. O que não falta é pano para mangas.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Everybody Loved Peter (1935-2006)

"I don't think I would be an actor if I was all that intelligent."
18 de Outubro de 1935 - 12 de Dezembro de 2006

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Déjà vu... dos bons!

Tive a oportunidade de assistir à antestreia de Déjà Vu em terriotório nacional e posso-vos adiantar que saí extremamente satisfeito da sala de cinema. Denzel Washington continua o melhor no género e Tony Scott finalmente moderou aquele tique nervoso de filmar tudo a cem à hora. Déjà Vu será certamente criticado forte e feio pelos críticos mais científicos, que colocarão em cheque um ou outro pormenor duvidoso, mas adorado por quem o receber de mente aberta, rendido pela inevitabilidade do destino. Ou será este mutável?

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Tanto em comum e no entanto...

Duas histórias de amor soberbas. Dois homens perdidos após encontrarem a sua cara metade. Duas mulheres de nome Sara com a vida de cada um deles na mão. Tanto em comum e no entanto... dois destinos completamente opostos. Dois poemas de vida num templo absolutamente mágico: o do cinema.

domingo, dezembro 10, 2006

sábado, dezembro 09, 2006

Mitos (ainda) Vivos (VII)

Embora já ninguém os veja em lado nenhum...

Daniel Stern, mitificado como Marv em "Home Alone"

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Entourage - Primeira Temporada

Vince Chase é um jovem actor norte-americano que devido a um grande êxito de bilheteira entrou nas bocas do mundo e tornou-se, num ápice, uma das estrelas mais requisitadas de Hollywood. Com bom aspecto, um ordenado de bradar aos céus, resmas e resmas de mulheres doidas para o levarem para a cama em qualquer esquina e três grandes amigos sempre presentes, que vivem com ele, Vince não podia pedir mais da vida. Não há nada no mundo turbulento do Cinema que o incomode... pois deixa essas chatices todas para Drama (meio-irmão), Eric e Turtle resolverem. Em troca, oferece-lhes tudo e deixa-os viver consigo. Todos dependem uns dos outros.

Vivendo numa meca de tentações, dinheiro e emoções, contam ainda com a ajuda de Ari (Jeremy Piven), um frenético agente que não os suporta mas que sabe que sem Vince, não é ninguém no negócio. Misturando a realidade com ficção, Entourage é um retrato da vida dos jovens actores de Hollywood, rodada em lugares reais (os cafés mais badalados, os estúdios, as casas das estrelas) e que conta com a participação de alguns dos nomes mais sonantes do mundo do cinema, que fazem, em todos os episódios, de si mesmo. Jessica Alba é Jessica Alba, Scarlett Johansson é Scarlett Johansson, Larry Charles é Larry Charles e por aí adiante. Um ou dois por episódio.

Com uma faceta algo documental, misturada com um constante mas leve toque cómico-situacional, “Vidas em Hollywood – A Primeira Temporada” peca exactamente por ser demasiado light, apesar de provocadora. Está longe de ser o “Sexo e a Cidade” dos homens, como muitos a alcunharam nos Estados Unidos. Preocupa-se demais com as aparências e não critica nunca verdadeiramente a fundo o que retrata. Mesmo assim, com apenas oito episódios, conseguiu arrecadar alguns prémios (entre eles, o Emmy para Jeremy Piven) e a aceitação geral da audiência da HBO, que rapidamente encomendou temporadas adicionais e, esperemos, começou a levar mais a sério uma obra televisiva que estava destinada a tapar buracos de programação durante o Verão.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Pergunta no Sapatinho...

Qual o vosso filme de Natal favorito?

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Promoção nos Cinemas Monumental

Nos cinemas Monumental em Lisboa, com alguns títulos interessantes em promoção. Para conferir o cartaz no seu tamanho original, clique no mesmo. Parece-me uma boa oportunidade para comprar uma prendita para alguns amigos. Eu vou tentar passar por lá para comprar o "Sylvia", o "O Elemento do Crime" e o "Swimming Pool" para oferecer a... mim mesmo!

domingo, dezembro 03, 2006

Se tivesse sido assim...(VI)

sábado, dezembro 02, 2006

Borat: Cultural Learnings Of America For Make Benefit Glorious Nation Of Kazakhstan (2006)

"Borat: Aprender Cultura da América Para Fazer Benefício Glorioso à Nação do Cazaquistão” é estúpido? Sim. É um filme na verdadeira essência do termo? Não. Se é das obras mais hilariantes da última década? Definitivamente sim. De trazer as lágrimas aos olhos. E a meu ver, a uma boa comédia não deve ser pedido mais do que isso: eficácia de riso. Num mercado saturado de comédias leves e politicamente correctas (Will Farrell, Adam Sandler, Ben Stiller, Owen Wilson e por aí adiante...), em que tudo é mais do mesmo, “Borat” mistifica a criação de uma nova fronteira: a do absurdo inteligente.

Moralmente incorrecto, irresponsável tanto religiosa como etnicamente, Borat Sagdiyev (o inglês Sacha Baron Cohen, também conhecido pela sua personagem Ali G) é um repórter cazaque enviado para terras do tio Sam, com o objectivo de documentar para a televisão do Cazaquistão o “maior” país do mundo. Mas acaba por se apaixonar por C.J, das Marés Vivas e a focar a sua viagem nesse mítico símbolo americano que é Pamela Anderson. Básico (muito devido ao choque de culturas) mas hilariante, simpático mas cruel, fictício mas a demonstrar a triste realidade (vejamos o cowboy de rodeo a falar sobre estrangeiros), Borat transforma o que antes era vergonhoso e extremo falar e brincar em saudável e natural. Sem medos.

E porque é que “Borat” é tão eficaz a fazer rir? Porque a própria realidade é o melhor suporte para qualquer comédia. Por mais falso e exagerado que o humor seja, é baseado em pessoas reais, em preconceitos naturais, em provocações existentes. Ao contrário do que muitos podem pensar, quem é “gozado” são os americanos e não tanto os habitantes do Cazaquistão. Estes são apenas estereótipados, correcta ou incorrectamente, através da figura de Borat. Personagem falsa, logo não tão grave como as reais barbaridades que vemos acontecer na “terra dos sonhos”.

Em suma, “Borat” é um falso documentário, por vezes repugnante e ofensivo, mas que faz rir do princípio ao fim. Faz rir porque é ingenuamente real e não tem preocupações com nada nem com ninguém. Uma comédia de embaraço para ser visto com os amigos. Mas não, não é só para rir. Em muitas cenas, é para pensar também. Pensar como é que o ser humano, por mais informado que seja, em tantos lados, pode ser tão simplório e ignorante.

sexta-feira, dezembro 01, 2006