quinta-feira, outubro 26, 2006

Grandes Portugueses... ou Tristes Portugueses?

Depois de um debate de quase quatro horas na RTP1 sobre o mais recente fenómeno social "Os Grandes Portugueses", - que a certa altura parecia uma conferência sobre o Estado Novo - chego a uma rápida e quente conclusão: somos um país de gente triste, com fado e sina acizentada. Tudo é problema. Tudo é confusão. Tudo gera conflitos.

Se o nome de Salazar não aparece, fala-se de censura. Quando aparece, fala-se de critérios duvidosos. Se o "vencedor" acabar por ser um desportista ou um fascista, fala-se de consequências gravosas para a sociedade portuguesa. E por aí adiante. Lúdico ou não lúdico, estamos constantemente a dar importância extrema ao que não merece, e, pior ainda, a nós próprios, tristes portugueses.

Mesmo assim, salvaram-se duas personalidades desta angustiante mágoa. O "clássico" historiador José Hermano Saraiva, sem medo de "tocar na ferida" e ser criticado, naturalmente, por todos os presentes, e o anti-triste Ricardo Araújo Pereira, que sempre de forma irónica, mas curta e clara colocava os pontos nos i's. Porque a História de Portugal é feita de dramas, e RAP pisa os calos aos mesmos, o meu voto vai para ele. Estou farto de tristezas e aborrecimentos.

3 comentários:

brain-mixer disse...

Eu nem vou votar...
Não traz nada de novo para a nossa cultura. É como uma final do Big Brother ou do Festival da Canção :S

Por outro lado, há um spot na Sic Notícias que fala sobre os "Piores Portugueses" (Com Avelino Ferreira Torrwes, Fátima Felguerias e Guterres lá no monte), esse sim parece ter um fundamento: Partir o coco a rir! :P

Anónimo disse...

A propósito de "tristes portugueses", li há tempos e algures que nós somos o povo que diz sempre «podia ser pior». Numa série de exemplos com humor o português via sempre o lado bom da coisa e se lhe contavam que a mãe tinha morrido, suspirava e dizia «podia ser pior, ao menos foi a dormir».
Temos vergonha de ser alegres e de ter orgulho. Tudo isso para nós é negativo. Antigamente é que fomos grandes, mas também não podemos falar muito porque fizemos conquistas e tomámos escravos (o que estava de acordo com a época e todos o fizeram).
O que nos valeu nos últimos tempos foi a selecção, que sempre serviu de pretexto para deixarmos de ter vergonha por sentir orgulho e nos tornou menos tristes quando ganhámos.

Mais portugueses anti-fado procuram-se.

(E agora que descobri o CN continuarei certamente a passar por cá)

Carlos M. Reis disse...

Brain-Mixer, julgo que isso foi uma iniciativa do Eixo do Mal, criam um blogue inclusivé. Um abraço :)

Reindeer, antes de tudo obrigado pela visita e pela promessa de futuras visitas :) De resto, o que dizes confirma o que escrevi. Não sou mesmo o único a pensar o mesmo.

Um abraço.

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