segunda-feira, janeiro 09, 2006

The Island (2005)

Acção, acção e mais acção… mas onde está a emoção que deveria envolver uma problemática como a deste filme? Juntar duas ou três estrelas de Hollywood e deixar com que os efeitos especiais, perseguições e explosões alucinantes tratem da questão da “clonagem” é muito, mas mesmo muito pouco. Mas enfim, que mais poderíamos pedir a Michael Bay?

Bay prova, mais uma vez, que quando o assunto é arrasar visualmente, poucos o conseguem fazer como ele. Mas que, para um público mais exigente, que queira um pouco de cabeça, sentimento, opinião, romantismo argumentativo ou simplesmente coragem do realizador em fazer algo poético, o mesmo está longe de os conseguir agradar. Michael Bay simplesmente perde-se na acção e esquece que está a contar uma história e não a desenhar uma banda desenhada sem falas ou objectivos. É mestre a filmar em velocidade, mas uma completa nulidade a estudar personagens ou problemáticas.

“The Island” é assim um filme que fica a muitas milhas do que poderia ter sido nas mãos de uma parceria entre Michael Bay e Mike Nichols, por exemplo. Porque “A Ilha”, com a questão que acarta às costas, não pode ser apenas um filme de acção. Tinha que ser um filme de choque de opiniões, uma drama que inclinasse os espectadores para um ou para o outro lado, abordado com uma certa sensibilidade. Um filme que gerasse discussão pública e global. E saber que “The Island” poderia ter sido isso tudo, deixa um amargo sabor na boca. Maldita câmera aquela que nunca parava quieta, não nos deixando entrar emocionalmente na premissa do filme.

Como podem ver, nem sequer referi todas as coicidências e reviravoltas oportunas de um argumento mal construído do início ao fim. Nem o vou fazer. Quer dizer, acabei de o fazer, mas não acho que isso seja o mais importante, tendo ainda por cima em conta que este foi, infelizmente, apenas um filme de acção. Tanto potencial atirado pela retrete abaixo de Michael Bay. E eu que até venero “The Rock” e acho a sua piada a “Armageddon”. Mas atirar a questão da clonagem humana para as mãos de Bay, é, no minímo, ridículo e hollywoodesco. Porque desde os primeiros quinze minutos de filme, eu, e aposto muitos mais souberam logo ali que “A Ilha” não iria passar daquilo: Ewan e Scarlett em fuga frenética, a cair de arranha-céus e a esquivarem-se de carros em explosão. Com menos dinheiro e mais cabeça, muito mais poderia ter sido alcançado. É revoltante tornar uma problemática científica gravissíma em puro divertimento e saca dólares americano.

7 comentários:

Anónimo disse...

Cool guestbook, interesting information... Keep it UP
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Anónimo disse...

best regards, nice info
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Anónimo disse...

para um assunto desta magnitude(clonagem),tão delicado e perigosamente possível,era de se esperar muito mais diálogo,filosofia e cuidado e não tornar isto numa banal fuga contínua de mcgregor e johanson ao longo de hora e meia de filme
abraço!

Carlos M. Reis disse...

Ora nem mais. Assinado por baixo Jackie ;)

Anónimo disse...

tinha a certeza k sim ;p

e quando vou poder ver a tua critica ao cavaleiro das trevas?...
grande abraço!

Carlos M. Reis disse...

Jackie, não gosto de fazer promessas, mas vou tentar fazer ainda este mês. Tenho tido mais algum tempo, mas tenho-o aproveitado de outras formas. Um grande abraço!

EmS® disse...

Cara, acho que meu comentário está um pouco atrasado. Mais o motivo é porque assisti o filme atrasado.
Acho que você não teve a sensibilidade para perceber o seguinte: "A problemática tratada no filme, não é a clonagem, é Deus".
É isso ai, o filme trata do início ao fim sobre a religiosidade e como ela pode afetar as pessoas.
É só você parar e começar a observar as coisas: O que mantinha as esperanças dos clones dentro do centro, esta "A Ilha", assim com o paraíso mantem as esperanças dos religiosos; A bíblia deles, era as memórias iomplantadas nas mentes deles. Como temos vários deuses diferentes, a mesma coisa se traduzia no filme, cada um recebia uma memória do passado, porém com alguns detalhes mudados. Acho que não não presciso citar os 8 ou 9 deuses diferentes que tem a mesma história de Jesus Cristo. Este filme jogou na cara das pessoas, principalmnete as fanáticas, o quão elas podem estar fazendo da vida delas algo sem valor, sem sentido, simplesmente seguindo o Dogma proposto para que ela seja um padrão, pensando dentro da caixa juntamente com todos os demais, na mera esperança de ir para "A Ilha". A brincadeira com a linha de clones com problemas, também reflete uma realidade, as novas gerações (Agradeço por fazer parte dela) são críticas, elas querem saber; Qual o sentido disso ou aquilo, para onde vão estes tubos de sangue? Como funciona esta tal loteria (Morte).
A melhor sacada do filme, encontra-se em um diálogo, você passou a vida inteira esperando pela "A Ilha", mais agora descobriu que a "A Ilha" é você.
Se nãose lembrarem mais do filme, aconselho a reassistir, com este ponto de vista que menciono agora.
Um abraço!

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