quarta-feira, novembro 16, 2005

The Big Lebowsky (1998)


"The Big Lebowsky", um filme assinado pelos irmãos Coen, narra a história de um homem de meia idade (The Dude) desempregado, que passa os seus dias a jogar bowling e a beber uns copos com os amigos. Um dia e devido a uma infeliz coincidência, vê-se envolvido numa complexa malha de intrigas que envolve um milionário que, tal como ele, também se chama Lebowsky. Dude, de nome de nascença, Jeff Lebowsky, observa perplexamente, mas muito calmamente, não fosse ele o maior preguiçoso de que este mundo já teve memória, a sua casa ser arrombada por dois brutamontes que julgam estar perante o multimilionário Jeffrey Lebowski, no intuito de reaver a dívida que a mulher tem para o pornógrafo Jackie Treehorn.

Com um elenco de peculiares personagens, magistralmente interpretadas por nomes como Jeff Bridges, John Goodman ou John Turturro, "O Grande Lebowsky" mostra-nos como um simples erro de identidade consegue criar uma das mais divertidas e despretenciosas comédias do século XX. Sem cenas forçadas, esquematicamente clichetéticas (mais uma critíca, mais uma palavra que invento para o dicionário de lingua portuguesa) ou ridículas, a dinâmica de uma história simples misturada com a magia daquele duo original Bridges/Goodman, provoca no espectador, por diversas vezes, momentos de riso aberto hilariante e incontrolável. E é mesmo John Goodman, com a sua personagem de sátira aos veteranos de guerra do Vietname, com um espiríto ultra-patriótico e violento, que mais se destaca. Muitos poderiam ter feito o papel de "Dude", mas mais nenhum além de Goodman encaixaria tão bem no papel de Walter Sobchak. Apesar da sua longa e atribulada carreira, arrisco-me a dizer que este foi a personagem da sua vida. Mesmo apesar de ao olharmos para Goodman, o associarmos logo a Fred Flinstone!

Aproveito aqui para deixar uma nota de desagrado à tradução que sempre acompanhou em Portugal a alcunha de "Dude" neste filme: O "Coiso". Já o vi em dois canais diferentes, e nos dois apanhei esta doentia obessessão do tradutor. Não seriam termos como "Bacano" ou até mesmo o mitroso "Sócio" bem melhores que "Coiso"?

Em jeito de conclusão, fica então um filme que prima pela originalidade cómica e por uma banda sonora modernamente nostálgica, que se adequa por inteiro ao espiríto do filme. Temas como "Hotel California" ou "Peaceful Easy Feeling" dos Eagles dificilmente nos saberiam tão bem ao ouvido, como nesta obra dos irmãos Coen. Peca apenas pelo seu final antecipado e repentio, um pouco banal e sem a classe que todo o resto do filme havia mostrado. Nada que estrague o conjunto!

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