quarta-feira, julho 27, 2005

Questionário



Este desafio foi criado por Miguel Baptista, e foi-me enviado por Manuel barros.

1 - O que é para ti o cinema?
O cinema para mim é uma realidade inerente à vida e independente da mesma. É a nossa hipótese de sonhar acordados e viver por intermédio de outros. É uma arte insuperável.
1.1 - Como o encaras: Arte ou Entertenimento?
É uma conjugação desses 2 factores. Arte e entertenimento de mãos dadas. Podemos inclusivamente associar os pontos de vista de quem proporciona o espetáculo e trabalha nele (quem faz a arte) e do espectador (receptor de entertenimento).
2 - O que tem de ter um cineasta para que possas admirar a sua obra?
Na minha opinião um realizador tem de guiar-se pelo amor ao trabalho e pela sua visão particular, nunca pelos lucros ou pelas espectativas do público. Talvez por isso o meu amor pelos filmes independentes e pelos grandes clássicos onde a regência de argumentos+orçamentos raramente convergem negativamente.
3 - O que tem de ter um actor/actriz para apreciares a sua interpretação?
Sentir o papel e vivê-lo. Apenas isso...
4 - O que preferes: Créditos iniciais ou Créditos finais? Porquê?
Os iniciais sem dúvida. A entrada de um filme onde o realizador pode cometer os maiores devaneios artisticos, sem ligar às audiências, pois nós ainda não temos a nossa mente fixa e pronta a assimilar e podemos gozar o espetáculo.
Nos créditos finais por vezes estamos a entrar num periodo de reflexão e nem ligamos. Fazemos nós próprios um "fade out".
5 - Achas que as barreiras que separam o cinema das outras artes podem, em circustância alguma, ser quebradas?
Quebradas para mim não é o termo correcto. No máximo torcidas... pois penso que todas elas se encontram indiscutivelmente ligadas sendo no entanto autónomas.
Acho que a tentativa de quebrar no filme(?) "branca de neve" de João César Monteiro não resultou por ai além...
6. Passo o desafio a...
Todos os que quiserem participar, quer seja em forma de comentário ou num próprio blog!
O Knoxville certamente saberá uns nomes a quem passar o deafio.
Coutinho77

terça-feira, julho 26, 2005

Limelight (1952)



"As luzes da ribalta" é um filme escrito, realizado e interpretado por Charles Chaplin.

O nosso conhecido "Charlot" tem neste filme uma poderosa interpretação na personagem de Calvero, um cómico em desgraçada, perdido na bebida. O seu encontro com Thereza (Claire Bloom) dá-se por um acaso do destino e é através da relação que vai ser establecida e construida desde esse momento que ambos vão retirar da vida a hipótese de triunfar. Um triunfo que para Calvero bem pode ser o final...

Este filme mostra um outro lado de "Charlot" a que não estávamos habituados; Mostra-nos um palhaço triste e decadente que a vida roubou todo o brilho que outrora tivera.
Diz-se que pode ser encarado como um resumo da sua carreira.

Uma palavra para a presença enérgica, bem-disposta e genial de Buster Keaton (Ajudante de Calvero).

A titulo de curiosidade, este filme apesar de ter sido feito em 1952 viria a receber na cerimónia dos Óscares de 1973 o óscar para melhor canção num filme dramático, isto porque ao abrigo das leis de academia e uma vez que o filme só tinha sido lançado em Los Angeles no ano de 1972 isso permitia que ele fosse elegível apesar dos seus 20 anos de idade.

Clássico a (re)ver!
Nota 8,5

Coutinho77

domingo, julho 24, 2005

8 Femmes (2002)



Estamos nos anos 60 algures em França, o Inverno faz-se sentir e o Natal espreita. Num enorme chalé, oito mulheres acabam por se reunir sobre o mesmo tecto para celebrar a quadra. Uma tempestade de neve deixa-as isoladas, mas o pior dá-se quando o homem lá da casa aparece assasinado e que a responsável só pode ser uma delas.

Com tons de "musical" e um ambiente de comédia negra, "8 Femmes" é um divertido exercício de estilo que cruza géneros tão diversos como a sátira social ou o policial "à lá" Agatha Christie. Com as cores fortes e cada cena cuidadosamente cuidada, o realizador francês François Ozon consegue dar a esta adaptação teatral a sua pretendida e assumida artificialidade, essencial para perceber o espiríto da narrativa.

Mas o grande triufo de Ozon é, sem dúvida, o poderio, experiência e reconhecimento do elenco com que trabalhou. Contar no mesmo trabalho com nomes como Catherine Deneuve, Isabelle Huppert ou Ludivine Sagnier, deu uma enorme segurança e reputação ao filme. A forma hábil como Ozon soube reunir e gerir um conjunto de talentos tão fortes como os destas oito actrizes, foi realmente, notável. Todas conseguem brilhar, sem nenhuma se sobressair.

Atraente, caloroso e divertido q.b. "8 Mulheres" é um entretenimento de enorme apelo, pela sua promissora premissa, que seduz tanto os cinéfilos mais militantes como os espectadores vulgares, que dificilmente irão conseguir resistir à atmosfera jubilatória desta pérola do moderno cinema francês.

.: 8/10 :.

quinta-feira, julho 21, 2005

The Shining (1980)



“HERE'S JOHNNY” – Com esta frase, Jack Torrance atinge o auge da loucura no filme “The Shining” e nós quase que paramos de respirar…

The Shining é um filme do saudoso mestre Kubrick (amado por uns, odiado por outros) com base num argumento do não menos fenomenal Stephen King.
Apesar de ter recebido criticas desfavoráveis pelo facto de ter alterado aspectos significativos da história original, o produto final da sua realização resulta num dos mais belos filmes de terror moderno onde todos os ingredientes de tensão e de desenvolvimento da acção são apresentados aos espectadores num crescendo de emoções. Sem recorrer a grandes efeitos visuais esta história acenta pois então, na força do argumento e das suas personagens.

A história centra-se na personagem de Jack Torrance (Jack Nicholson) que em busca de um pouco de sossego, que necessitava para acabar um livro, aceita o emprego de zelador num hotel centenário, palco de crimes bizarros e sob influência de forças ocultas. Desconhecendo tais acontecimentos, Jack parte para uma temporada de isolamento em companhia de sua mulher Wendy (Shelley Duvall) e do seu filho Danny (Danny Loyd).
A partir do momento em que Jack e a sua família entram no hotel “Overlook”, fenómenos estranhos começam a acontecer…

Com interpretações notáveis (em especial relevo Jack Nicholson) e uma direcção segura, “The Shining” é sem dúvida o melhor filme de casas assombradas e um dos melhores de terror psicológico que já vi.

Tem o selo de obrigatório
Nota 8,5
Coutinho77

quarta-feira, julho 20, 2005

Raging Bull (1980)




Ora cá está a primeira critica que faço em parceria com o meu amigo Knoxville.

Martin Scorsese e Robert de Niro!
Só estes nomes isoladamente, eram suficientes para me fazer arrastar ao cinema ou para eu ficar a olhar para qualquer ecrã de tv. Quando estamos perante uma película em que ambos participam e em que o primeiro realiza e o segundo interpreta então como diz o povão "alto e pára o baile!"

Raging Bull ou em português "O Touro Enraivecido" é um hino ao cinema e claramente um dos melhores filmes da história cinematográfica. Baseado na autobiografia do pugilista Jake La Motta, totalmente filmado a preto e branco (com uma pequena excepção de cor aquando do visionamento de um vídeo caseiro do casamento de Jake), este melodrama foi vencedor em 1980 de 2 Óscares - Montagem e Actor principal (Robert de Niro), tendo perdido na categoria de melhor filme e melhor realizador bem como nas categorias de melhor actriz e actor secundários e de som. Uma palavra para Robert de Niro e para a sua maravilhosa interpretação onde a dedicação a este papel o levou a engordar uns fenomenais 27 quilos exigidos pelo argumento.

A história fala sobre a ascensão de um pugilista, Jake La Mota (Robert de Niro) ao estrelato e da sua personalidade destrutiva e violenta, e da forma como afectou todos os que o rodeavam, nomeadamente o seu irmão Joey (Joe Pesci) e a sua mulher Vickie (Cathy Moriarty). Acompanhamos toda a carreira de Jake, desde a sua primeira vitória até à sua queda em 1951, quando é derrotado por Sugar Ray.

O grande mérito de Scorsese é contar uma história sobre o tipo de pessoas que não quereríamos conhecer e levar-nos a sentir uma empatia muito forte com essas mesmas personagens. Filmado a um nível superior, as cenas dos combates são apontadas como um marco na realização; Scorsese levou a câmara para dentro do ringue de modo a transmitir aos espectadores toda a brutalidade, como se fossem eles a receber e a atacar em cada golpe.

Um dos melhores filmes que vi e que recomendo vivamente.
Nota 10!
Coutinho77

terça-feira, julho 19, 2005

Attack of the 50 Ft. Woman (1993)



Passado nos anos 50, Darryl Hannah interpreta Nancy Archer, uma mulher traída pelo marido várias vezes e constantemente abusada pelo pai, e que nada consegue fazer para mudar esse seu estilo de vida. Até o dia que vai dar uma volta ao deserto, depois de apanhar o marido com outra e encontra um OVNI. Ao contar aos seus conhecidos lá na terreola onde morava, todos a julgam maluca e a colocam também de parte. Irritada e chateada, Nancy volta ao "local do crime" e encontra o mesmo objecto voador não identificado, que, desta vez, a transforma numa mulher com cinquenta (50!) pés (não, não sei quantos metros dá, mas ela era grande "pa caraças", num bom português).

Poderosa e assustadora, volta para "massacrar" todos aqueles que a usavam, em especial o marido. Aventura aqui, desgraça ali, remorso além e paixão reacendida acolá, "Attack of the 50 Ft. Woman" não passa de um dos filmes mais irrealistas, irritantes e patéticos já feitos. Se o original já tinha sido meio-fracasso, segundo reza a critíca, este remake é completamente absurdo. Mesmo assim, a partir do momento em que pela primeira vez passou pelas televisões norte-americanas, este "Attack of the 50 Ft. Woman" tornou-se globalmente conhecido com o filme que marca o poder das mulheres no mundo e nas sociedades actuais. Ok, "whatever", coisas de americanos.

E para apoiar e confirmar este fenómeno propagandista femenino que se criou à volta deste filme, basta dizer que sempre que se fala de Darryl Hannah, a associamos a este filme, Blade Runner e mais recentemente, Kill Bill. Comparem a qualidade dos três, e tirem as vossas conclusões. Ou seja, se não forem mulheres, se não tiverem nenhuma tara sexual com alemãs de dois metros ou simplesmente não forem masoquistas, coloquem-se bem longe de "Attack of the 50 Ft. Woman". Bem longe...

segunda-feira, julho 18, 2005

The Guru (2002)



Vou tentar ser simpático: "The Guru" não é um bom filme. Segunda tentativa: "The Guru" não é o pior filme da história mundial do cinema. Bem... desisto. "The Guru" não merece qualquer esforço, porque não passa mesmo de um dos piores filmes de sempre.

Completamente patético, pastelão e 401% previsível, "The Guru" consegue ainda o fabuloso feito de ser uma comédia sem qualquer momento hilariante ou que provoque o minímo riso a alguém que já tenha idade suficiente para ter juízo na cabeça. O que à partida, pela curiosa premissa semi-pornográfica, poderia ter sido um filme fraco mas agradável e com alguns momentos "simpáticos", tornou-se num autêntico desastre de junções de estilos diferentes: O "hollywoodesco" e o "bollywoodesco". Que tiro no pé!

Comédia e paródia são duas formas completamente diferentes de pegar num argumento. Se é verdade que qualquer uma delas pode resultar sozinha, é impossível tentar conjugar um romance com uma paródia e tentar que saia dessa união um bom resultado. Ainda por cima quando juntam à "mestela" a aceitação por parte do público destinatário, o americano, da homosexualidade. "The Guru" tenta ser uma versão real do estilo de humor de "The Simpsons", mas falha rotundamente. Rotundamente! A verdade é que não passa de um filme infantil e com um aspecto extremamente amador. Como diz um dos "mestres" da blogosfera nacional cinematográfica, "não lhe toquem nem com um pau de 5 metros".

.: 1/10 :.

domingo, julho 17, 2005

Fair Game (1995)



Sim, Cindy Crawford. Pronto, já todos sabem qual é o filme. É raro o mês em que não passe na televisão portuguesa este monumento de sensualidade, que, diga-se em abono da verdade, de resto, de interessante, pouco possui. Mas a Cindy... ai a Cindy! Agora que recordo as cenas quentes de "Fair Game", como a do comboio, só dá vontade mesmo de fazer uma critíca completa com fotos e videos da Cindy Crawford e não do filme. Mas, pronto, aqui vou eu. Não prometo nada!

"Fair Game" foi a estreia cinematográfica de Cindy Crawford (porra, lá estou eu outra vez!) e só isso foi suficiente para tornar este filme um pouco comentado em todo o mundo. Pensavam que eu era o único tarado? Meus amigos, nós somos uma colectividade muito bem organizada espalhada pelos quatros seios do mundo... quatro cantos queria eu dizer!

Cindy é Kate, uma advogada de Miami, com alta vivendazorra, rica a dar com um pau e... solteirona. As suas principais caracteristícas são o uso de toalhas como vestimenta, que mesmo assim, não são o suficiente para impedir que os mauzões do KGB a tentem assasinar. Porquê? Agora é que são elas! Vamos lá chamar o FBI, pensou ela... mas o FBI era metade russos metade toscos... e assim sobrou William Baldwin, o detective Kirkpatrick, que por a ter salvo uma data de vezes, lá acabou por chegar ao "grande chefe"... não, não tem nada a ver com a máfia russa. O "grande chefe" é, entre nós, OMTCC (Organização Mundial de Tarados pela Cindy Crawford), o seu órgão do prazer. Comparado com este inesquecível marco na carreira de Baldwin, o resto do filme, não interessa nada. Eu próprio trocava os golos de Sabry e Geovanni nos últimos minutos em Alvalade por este feito.

De resto, o filme conta com alguns bons momentos de acção, algumas ideias interessantes mas um final bastante previsível e uma enormidade de cenas gratuitas. Ena, ena, consegui escrever duas linhas sem referir o nome Cindy. Talvez para a semana já posso reduzir a dose de comprimidos. Em jeito de conclusão, "Fair Game" é, assim, um thriller-comédia-explosões-cenas de chuveiro-perseguições-chenas de chuveiro-Cindy-cenas de chuveiro mediano, que se safa pura e simplesmente pelo seu elenco e alguns momentos cómicos e sensusais. De resto, é apenas mais um "action-deja vu"!

sábado, julho 16, 2005

Phone Booth (2002)



Como é sabido, Joel Schumacher é um realizador de extremos. Ou faz bons filmes como este “Phone Booth” ou grandes flops como “Batman e Robin”. Este “Cabina Telefónica” serviu assim para suavizar um pouco o radicalismo de opiniões negativas que cada vez mais, recentemente, assombrava Schumacher.

A este projecto vem colado o nome de Hitchcock que, como se sabe, queria realizar um filme passado integralmente numa cabine telefónica. Mas desengane-se já quem pensa que está aqui um objecto de singular intensidade “hitchcockiano”. Nem por um segundo “Phone Booth” pretende ser um ensaio superior sobre os limites radicais e humanos. É, acima de tudo, um filme que têm consciência da sua própria ironia, relativamente a tudo. Quer ser uma feira de silêncios, um suspense de ironias, um rigor de espaços.

A história anda a volta de Stu Shepard (Colin Farrell), um agente publicitário convencido e casado, que anda a dar uns beliscões por fora em Katie Holmes, uma jovem actriz. Quando entra para uma cabine telefónica, recebe uma chamada perturbante de alguém que parece ter a sua vida completamente controlada (nunca aparece mas a voz de Kiefer Sutherland é impressionante e implacável). Mas não resta dúvidas que a grande mais valia deste filme está no argumento precioso e habilidoso de Larry Cohen, que transforma “Phone Booth” num filme consciente e genuinamente actual, a que apenas faltou um toque de génio de algum realizador mais ambicioso.

.: 7/10 :.

sexta-feira, julho 15, 2005

Off Blog (I)

Pois é, existe sempre uma primeira vez. E esta é mesmo a primeira e provavelmente última vez que vos escrevo algo não relacionado com cinema.

Era apenas para vos avisar do novo serviço do blog disponível mesmo abaixo do relógio. Basta acrescentarem o vosso mail e receberão agora no vosso e-mail todas as critícas e especiais do Cinema Notebook. E já agora lanço o desafio para os "blogs amigos" aqui do CN (estes aqui do lado direito) para fazerem o mesmo. Seria um prazer ser constantemente actualizado de novos posts destes blogs através do meu email.

Não se esqueçam ainda de recomendar uns bons filmes para criticas futuras aqui no Cinema Notebook, através do serviço do Blinkar, presente um pouco mais acima na barra lateral direita. E agradeço desde já a todos os que por cá passam regularmente. Que nunca vos falte bom cinema e grandes "gaijas".

Aquele abraço,
Knoxville!

Cold Mountain (2003)




“Cold Mountain”, tendo em conta qualquer aspecto, é um mau filme e que nada traz de novo ao género. Se tivermos em mente que esta foi uma super-produção da Miramax tendo em vista os óscares de Hollywood, “Cold Mountain” é um péssimo filme.

Inventadas mil e uma desculpas depois do flop de galardões que este filme foi (inclusive de que a culpa seria de Nicole Kidman por estar demasiado lavada e bonita no filme, dita por um dos produtores do filme), está na altura de alguém reconhecer o óbvio: nas suas ambiciosas pretensões dramáticas, cinematográficas, narrativas e humanas, “Cold Moutain” é um filme falhado.

Passado durante uma qualquer guerra, Jude Law é um soldado ferido em combate que tenta desesperadamente regressar a Cold Mountain para junto da sua amada Nicole Kidman. Nada de inovador logo na premissa. O tempo vai passando e torna-se quase aflitivo, num filme deste nível de produção, darmos por nós com a sensação de que estamos a visionar um telefilme gravado em scope, sem o minímo cuidado nas transições de imagens e com uma montagem completamente arbitrária. Tudo o que se aproveita neste filme resume-se à entrada de novas personagens como Natalie Portman e Renée Zellweger, que mesmo assim não evitam que este filme seja um longo pastel sem coesão nem consistência, sem paixão nem vertigem, excessivamente ligado a sinais e imagens de outros clássicos superiores e uma amarga desilusão para aqueles, que como eu, esperavam muito mais do realizador de “O Paciente Inglês”.

N.d.r de 16/07/07: Possivelmente baseado numa análise contida na Premiere. As minhas desculpas posteriores pela falta de fonte.

.: 3/10 :.

quinta-feira, julho 14, 2005

Infernal Affairs (2002)



“Infernal Affairs” é o melhor exemplo das dimensões infinitas que o cinema asiático, na sua maioria das vezes, consegue colocar perante os seus espectadores. Visionar “Infiltrados” é ficar exaltado, estimulado, mudo. Porquê? Meus amigos, este deve ser “apenas” o melhor filme policial da fornada de Hong Kong pós-Woo.

A história relata-nos as acções cruzadas de duas “toupeiras”. Yan é um agente da polícia infiltrado há muitos anos num dos mais perigosos gangs de Hong Kong. Ming é um gangster desse mesmo grupo, infiltrado na polícia da qual Yan faz parte. Parece confuso mas não o é. E é este espétaculo, sempre sóbrio e dinâmico, que introduz-nos num suspense clássico, muito bem conseguido e cheio de surpresas, movido ao combustível “honra”. A dimensão humana deste filme é impressionante, o que torna “Infiltrados” mais profundo do que à partida aparentava.

Tudo o que peca neste filme é a sua duração. Os seus cerca de 100 minutos não foram suficientes para um desenlace completo da história, das suas arestas e de todos os pormenores sentimentais e intelectuais que pelo meio marcaram as personagens. Parecia estar tudo a ser “despachado” para caber naquela hora e quarenta. Nunca pensei dizer isto, até porque, até hoje, sempre critiquei foi a longa duração de certos filmes, com cenas desnecessárias. Pois bem... “Infernal Affairs” merecia bem mais tempo para “explanar o seu charme em campo”, como diria, o nosso amigo Gabriel Alves.

Mesmo assim, e apesar disto, “Infiltrados” é já um marco no cinema oriental. Uma vitória que passa pela conquista de um cinema onde o carácter abstracto dos sentimentos nunca anula o desenrolar da narrativa, e onde existe uma nova definição de bom e mau da fita.

Ah, e já agora alguém me consegue explicar porque é que esta gaja está em todas as capas, se aparece durante 5 ou 6 minutos no total e o papel dela é de quase nula importância? E o máximo que pega é um computador portátil... sim e não tem forma de arma como podem ver no poster de promoção. "Orientalismos" ...

.: 8/10 :.

terça-feira, julho 12, 2005

Control (2004)



Lee Ray Oliver (Ray Liotta) é um brutal assassino que é condenado à morte por injecção letal. Enquanto o médico da prisão declara a hora da morte, é lhe dada secretamente uma segunda oportunidade de viver mediante uma condição: submeter-se a um tratamento experimental e ultra secreto desenvolvido por uma grande empresa farmacêutica que curará os seus instintos assassinos. O inventor desta nova droga, Anagress, é o Dr. Michael Copeland (Willem Dafoe) que vai supervisionar a transformação do violento e criminoso Lee Ray, num ser humano normal que dará o seu contributo para sociedade, ou pelo menos, assim se espera. Lee Ray, apesar de relutante, aceita participar nesta experiência e é lhe dada uma outra identidade e uma nova vida onde acaba por conhecer Teresa (Michelle Rodriguez). Mas alguns condenados não merecem ser reabilitados...

Antes de tudo, devo avisar que este filme foi uma surpresa total para mim. Olhei para a minha lista de notas na barra lateral, vi que precisava de umas criticas negativas e decidi arriscar neste "Control", que além de uma premissa um pouco "à le Nikita", tinha no seu elenco dois actores, que por melhor que sejam, não os consigo suportar: Willem Dafoe e Ray Liotta, eternos vilões. A juntar a isto, tinhamos ainda um orçamento baixo e um realizador de séries. "Ok, é desta que meto mais um para fazer companhia ao Kubrick lá em baixo!" pensei eu. Bem, pensei mal!

A história, que inicialmente nos poderia parecer vocacionada para a acção, ou drama sobre redenção, vai-nos transportando para um thriller com os obrigatórios twists. É este aspecto que eu não esperava e que cedeu a este filme a capacidade de nos conseguir prender e surpreender, até ao final. Mas nem tudo são rosas. A tentativa de moralização dos personagens, sobretudo de Lee Ray, tentando justificar o seu comportamento num trauma do passado, é simplesmente a forma mais simples e chlichética de “justificar” qualquer assassino. E isso poderia ter arruinado por completo o filme, tal como eu, de início, desejei.

Mas, mesmo assim, o resultado final sem ser particularmente inovador, acaba por ser satisfatório. Recomendável a apreciadores de filmes de baixo orçamento, mal filmados, ou simplesmente a admiradores dos dois personagens principais. Não, não pensem que fiquei a gostar deles. Era o que mais faltava, ter a Michelle Rodriguez no filme, finalmente com um papel mais feminino e ter apreciado fosse o que fosse do sexo oposto ao desta.

.: 7/10 :.

segunda-feira, julho 11, 2005

Confessions of a Dangerous Mind (2002)



Este “Confessions of a Dangerous Mind” é o mais puro exemplo de que para um mau realizador nem o melhor argumento serve. Os dotes de argumentista de Charlie Kaufman são bem conhecidos e reconhecidos em obras como “Being John Malcovich” e "Adaptation" por exemplo. Ao inverso, nesta estreia como realizador de George Clooney ficou provado que as suas capacidades como realizador são nulas.

Todo o filme roda à volta de Chuck Barris, um ícone da cultura pop televisiva americana dos anos 60, que foi contratado pela CIA para ser um assassíno governamental. O que poderia ter sido um biopic interessante, tornou-se, nas mãos de Clooney, uma brincadeira visual traquinas, onde parece que este se diverte a experimentar planos revivalistas ou a disparar efeitos bizarros, misturando todo o filme com um humor absurdo e perspectivas duplas completamente desnecessárias.

Irregular, excessivo e baralhado, “Confissões de Uma Mente Perigosa”, não têm ponta por onde se pegue, sendo uma obra com “mais olhos do que barriga”. E nem sequer vou referir os cameos completamente despropositados de Matt Damon e Brad Pitt, que aparecem por 2 segundos e serviram para publicitar o filme... ups acabei de o fazer. Sinceramente!

Mesmo com um actor capaz de todos os golpes energéticos como Sam Rockwell, o filme não deixa de ser uma trapalhada inconsequente, que apenas serviu para Kaufman ficar fulo e cortar relações com Clooney por este ter feito do seu argumento um desfile artistíco sem sentido. Esperem... também serviu para ver que Clooney consegue ser ainda pior a realizar do que a representar. E olhem que não era fácil.

.: 1/10 :.

domingo, julho 10, 2005

Face/Off (1997)



Castor Troy (Cage) é um frio e sanguinário terrorista de aluguer que, planeando lançar uma "praga bíblica" sobre Los Angeles, coloca um dispositivo explosivo, concebido pelo irmão Pollux (Nivola), num local que apenas os dois conhecem. Atingido gravemente numa operação do FBI liderada por Sean Archer (Travolta) - cujo filho foi por ele assassinado anos atrás -, Castor fica em estado de coma. O FBI toma conhecimento da bomba, e é apresentada a Archer a única hipótese de fazer Pollux revelar a sua localização: tem de incarnar o rosto e as demais semelhanças físicas de Troy e infiltrar-se na prisão. As coisas correm mal e Troy assume também a identidade de Archer.

"Face/Off" foi o terceiro filme americano de John Woo, e o primeiro em que pudemos verdadeiramente sentir o seu cunho pessoal, que tão reconhecido foi em filmes como "The Killer" ou "Hard Boiled", que fizeram com que Woo fosse denominado por muitos como o "Scorcese oriental". "A Outra Face" tem mesmo todos os ingredientes do cinema oriental de Woo, diluídos num blockbuster americano. Entre as marcas registadas do realizador temos as armas em ambas as mãos, a utilização frequente de espelhos/reflexos (o tema ajuda), nomeadamente para detectar perigo, as longas e estilizadas sequências de acção e o famoso "mexican stand off" (momento de tensão pré-matança enquanto os personagens apontam armas uns aos outros), que Tarantino homenageou em "Reservoir Dogs" ou "Kill Bill". Ah, e claro, os pombos brancos!

A eficácia da história tem nos actores bons trunfos. Travolta e Cage esmeraram-se imitando-se um ao outro, pelo menos a início - depois só há tempo para disparar -, e o resultado final é satisfatório. No caso de Travolta, é um alívio, já que, para mim, Travolta é um actor que baseia as suas representações num mero catálogo de tiques. "Face/Off" é assim, talvez, um dos melhores blockbusters americanos dos anos 90. E se tivermos em conta que um dos outros desta lista foi "The Rock", podemos afirmar sem qualquer margem para dúvidas, que Nicolas Cage é um trunfo para qualquer realizador.

sábado, julho 09, 2005

Madagascar (2005)



"Madagascar" conta a história de um conjunto de animais residentes no Zoo de Nova Iorque que decidem abandonar o mesmo e procurar o mundo livre, apesar de serem as estrelas lá do sitío e terem tudo o que desejam. Há um leão (voz de Ben Stiller), uma zebra (voz de Chris Rock), uma girafa (voz de David Schwimmer) e uma hipopótama (voz de Jada Pinkett Smith). No meio de muitas confusões, originadas por uns maléficos e psicóticos pinguins, divertidissímos e que só pecam por aparecer poucas vezes, acabam por ir parar abandonados a Madagascar. Habituados ao cativeiro desde sempre, os quatro animais vão enfrentar diversas dificuldades no mundo em liberdade.

"Madagascar" não é original, não é moralista e não é feito, como a maioria dos mais recentes filmes de animação, a piscar o olho aos mais "velhotes", com piadas sexuais ou, digamos, menos infantis. "Madagascar" é assim, puro divertimento para os mais jovens. E por isso, desilude um pouco, todos aqueles que o foram ver a pensar em grandes clássicos da Disney, que tanto serviam para os mais novos como para os avós. Algos que poucos notaram, e que eu gostei, foi a ausência do habitual "vilão". Alguém se lembra de outros filmes infantis, sem vilões? É raro, e muitos clássicos viveram à custa desse aspecto. "O Rei Leão", "Os Três Porquinhos", "Cinderela", "A Bela e o Monstro" , "Bambi"... enfim, ficaria aquia noite toda.

Só que "Madagascar" não consegue pensar em algo que substituisse esse vilão e limita-se a entreter com várias peripécias os mais novos. E assim, sabe a pouco e não fica na memória. Pois é, será que ao fim de tantas décadas, o cinema animado começa a ficar sem ideias e a viver cada vez mais do computador do que da história e da moral? Não percam os próximos episódios, que nós também não.

.: 5/10 :.

quarta-feira, julho 06, 2005

Ninja das Caldas (2002)

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O «primeiro filme Ninja português» é um desfile de golpes pouco ortodoxos e números arriscados de artes-marciais que avança a um ritmo fora do normal e que foi suportado por um orçamento elevadissímo de 60 €. O Ninja das Caldas é arcaico, propositadamente inverosímil, ostensivamente mal feito. Há peças de xadrez letais, chuva a caír em cima de uma única personagem, braços arrancados a pontapé, pernas cortadas pela força da mente e sangue, muito sumo de tomate, a jorrar, às golfadas. O objectivo? Sentir a supremacia da dor. É para rir, para chorar a rir, pelo ketchup, pelo sofrimento alheio encenado e pelos dentes partidos. Lá, pelas Caldas, anda à solta um Ninja capaz de aniquilar tudo o que mexe.

Não sei que nota dar. O objectivo de quem o fez foi mais que cumprido, ou seja, filmar algo com os amigos que servisse para ver e rever mais tarde, com altas gargalhadas pelo meio. Mas de resto, "Ninja das Caldas" de filme têm muito pouco, o que sinceramente não interessa. Aquela mistura de Dragon Ball, com sons de Mortal Kombat e frases memoráveis como "Vou cortar-te os dedos e fazer um colar com eles", servem para algo diferente e divertido. Só por isso merece um pontinho ou outro.

.: 3/10 :.

domingo, julho 03, 2005

24 - Terceira Temporada



"24" não é apenas uma das mais inovadoras séries da última década, mas também a mais enigmática, imprevisível e cativante a passar actualmente nas televisões de todo o mundo. Com a sua acção a decorrer em tempo real, a série ganha uma intensidade enorme. Se a isso juntarmos um elenco de luxo e argumentos absolutamente electrificantes, é impossível resistir a "24".

Nesta critíca não vou falar da história, do argumento ou especificar nada. Isso seria estragar qualquer surpresa presente na série. Cada episódio daria para fazer uma critíca alongada. E, meus amigos, se querem ver 24, não podem mesmo perder nenhum episódio, pois arriscariam-se a perder o fio à meada. Tal como nas temporadas anteriores, cada episódio traz novos desenvolvimentos, twists, traições e muito mais. Acabar de ver um episódio, é querer ver outro logo de seguida.

Mesmo assim, e apesar de a temporada rodar em torno do mesmo assunto (ataque terrorista com um vírus mortal no território americano), podemos dividir esta temporada em duas partes, ou seja, dois vilões principais. O primeiro, Salazar (o "nosso" Joaquim de Almeida, que está para o seu personagem como o Brad Pitt para a Angelina Jolie, ou seja, numa mistura de agressividade, sexualidade e talento com o seu papel) que era o líder de uma extensa rede de drogas e que foi traído uns meses antes pelo "infiltrado" Jack Bauer. O segundo é Saunders, um ex-agente inglês traído numa missão uns anos antes pelo governo americano, que o deixou para trás e que estava tomado como morto. Mais pormenores, é favor comprarem o pack de DVD's que não tarda nada vai sair em Portugal, e que vêm recheadinho de extras. Não vos quero estragar qualquer twist ou surpresa na série, pois esse é o espiríto e o que captiva nesta "24".

Em comparação com as duas anteriores temporadas, também criticadas pelo blog, posso-vos dizer, que na minha opinião pessoal, ainda não foi desta que bateram o nível da primeira temporada. De qualquer maneira supera a vistas largas a segunda temporada. Se a primeira levou 10 e a segunda 9, digamos que esta fica num 9,4. De resto, basta dizer que esta terceira temporada ganhou o Globo de Ouro de melhor série dramática do ano e o Globo de melhor actor, obviamente premiando, pela segunda vez (a primeira havia sido aquando da primeira temporada), Kiefer Sutherland.

Contudo, não passa da minha opinião. Em qualquer fórum de "24", podem encontrar quem tenha preferido a segunda, quem tenha preferido a terceira, ou tal como eu, a primeira. Difícil é encontrarem alguém que não tenha gostado de nenhuma. Mesmo que não seja obrigatório visionar as anteriores temporadas, é recomendado. Só assim conseguem perceber toda a complexidade de emoções e comportamentos que afecta os principais personagens.

Aconteça o que acontecer, "24" ficará para sempre como um marco de viragem na história da televisão. E os fãs, que descansem. A quarta temporada está já a ser transmitida nos Estados Unidos e a quinta já está em fase de produção. E surgem ainda rumores que o filme estará a ser preparado. Desta ideia já não gostei eu...

sábado, julho 02, 2005

The Devil's Advocate (1997)



Kevin Lomax (Keanu Reeves) é um jovem advogado muito bem sucedido, considerado pela maioria como o mais promissor em todo o país, aparentemente destinado a ganhar todos os casos que patrocina, mesmo que tal implique não dar importância a eventuais problemas de consciência. O sucesso é, obviamente reconhecido e notado, acabando este por receber uma proposta irrecusável para deixar a província, instalando-se em Nova Iorque numa poderosa firma de advogados dirigida por John Milton (Al Pacino). Mary Ann (a bela e sedutora Charlize Theron), a mulher de Lomax é a primeira a insistir que algo não bate certo no seu patrão mas este simplesmente ignora o facto, procurando apenas fama e reconhecimento.

"O Advogado do Diabo" nunca esconde a identidade do personagem de Al Pacino, e à audiência apenas se pede que aguarde pelos resultados das suas acções. Lomax morde o anzol facilmente e escolhe, desde logo, o caminho do mal (os advogados e a Lei dominam o mundo, i.e., os EUA). A construção do thriller é extremamente eficaz, tendo em conta que, desta vez, não haverá propriamente uma revelação no final. Todos sabemos que Pacino é o diabo e só o conjunto de relações entre as personagens nos pode trazer surpresas.

Al Pacino, como é costume, traz-nos uma interpretação perto da perfeição, que demonstra tal como o realizador Taylor Hackford de certo desejava, o poder sedutor das trevas e do mal. E consegue mesmo que simpatizemos com a sua personagem. A imagem de marca de Al Pacino, está bem presente e ilustrificada neste filme. Quanto a Keanu Reeves, faz aqui, talvez, a melhor interpretação da sua carreira (não confundir com participação em melhor filme, que para mim continua a ser Matrix e mesmo Sweet November, filme que gostei bastante, também com Charlize Theron). Sempre com um toque do tão proclamado pelos critícos "piloto automático", mas não o suficiente para estragar o seu desempenho. Charlize Theron, ainda em inicío de carreira na altura, mostra o porquê de nos dias que correm ser uma das principais faces femininas de Hollywood, pertencendo já inclusivé à lista de galardoadas com o óscar de melhor actriz pela Academia.

O argumento, que parte de uma premissa tradicional, não é propriamente brilhante mas é interessante q.b., e consistente com a atmosfera que cria, nunca criando espaços mortos durante as duas horas e quinze minutos de duração da fita. Mas o que estraga tudo, é realmente o fim. Não sei se foi feito à pressão, se foi decidido numa reunião de produtores, mas este nega tudo o que tivemos a ver durante duas horas, para se tornar em apenas mais um filme mais que batido em que o bem acaba por vencer sobre o mal. Para muitos, será suficiente. Para mim, não foi. Porque o melhor final nem sempre é o mais desejado (ora aí está uma óptima razão para ter amado filmes como Casablanca ou o próprio Sweet November que anteriormente referi). O medo da reacção negativa do público a um final "negro" estraga por completo tudo aquilo em que se baseou o filme. Simplesmente mau demais para ser verdade.

Mesmo assim, e porque até ao último quarto de hora, o filme estava a ser muito bom, poderoso e bastante consistente, este não merece levar uma nota abaixo da média. Ah... e claro, não nos podemos esquecer do vestido vermelho de Charlize Theron... não é verdade?

sexta-feira, julho 01, 2005

The Running Man (1987)



O ano é 2017. A economia mundial entrou em colapso. A comida e os recursos naturais são escassos. Os militares governam com força bruta, censura e proibição. A televisão é controlada pelo estado, e um reality-show sádico chamado "The Running Man" tornou-se no programa mais popular da história.

"The Running Man" é o típico filme de acção de Schwarzenegger. Com o pequeno pormenor de ter uma leve mas importante moral sobre a cada vez maior influência da televisão nas novas gerações (e, porque não, nas mais antigas). Esse avanço de argumento em relação a restantes filmes do género deve-se ao facto de ser baseado num livro de Richard Bachman, que não é nada mais nada menos que um heterónimo de .... tcham tcham ... Stephen King! Mas segundo o que já li pela Net, o livro está bastante superior ao filme. Um detalhe que reparei, é que no livro, o programa de TV pode-se passar em qualquer lugar na cidade. Qualquer pessoa pode denunciar a localização dos concorrentes, recebendo como recompensa 100 dolares. Se uma denúncia resulta numa posterior morte por um Stalker, ganham 1000 dolares. No filme, a acção decorre num palco de 400 metros quadrados, com vários cenários e obstáculos.

Este filme, tal como os outros baseados em histórias futuras, mostra que tudo correu mal e que o futuro é um lugar negro. Cheio de "one-liners", retiradas por vezes de outros filmes do próprio Arnold (I'll Be Back), "The Running Man" é diversão aceitável que não chega mesmo assim ao melhor que Arnold já fez. Faltou qualquer coisita, coisita essa que fez com que este seja raramente mencionado como um filme importante na longa carreira cinematográfica de Arnold Schwarzenegger. Vale pela mensagem que transmite.