quarta-feira, abril 27, 2005

The Cooler (2003)

Os imponderáveis do novo cinema romântico americano negro têm destas coisas: "Má Sorte" é um filme sobre o jogo com pouco risco. Wayne Kramer, cineaste estreante, não arrisca muito nesta sua suave e contida reformulação do imaginário noir (por estes dias cada vez mais batida). "The Cooler" não seria nada se o génio de "actor de personagem" de William H. Macy não estivesse lá ou se a sensualidade desgastada de Maria Bello não surtisse efeitos. O filme relata-nos a história de Bernie, um homem que esfria a sorte de jogadores num casino manhoso de Las Vegas. Basta um toque ou uma presença sua e o jogador ganhador começa instantaneamente a ter azar. Bernie é, portanto, o homem mais azarado do mundo. Um mártir da vida que subitamente se vê apaixonado por uma das empregas do casino onde trabalha. Ao ser correspondido a sua vida muda de repente. É como se um sopro novo o insuflasse. Nesta parábola noir sobre o desencanto, o factor redenção adquire uma noção de real muito curiosa. De resto, o filme é lento, um pouco aborrecido e não se admire se a meio lhe aptecer desligar o seu leitor de DVD depois de acabar a interpretação de Estella Warren. O Jackpot ficou muito longe.

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