terça-feira, dezembro 21, 2004

Baramui Fighter (2004)

"Fighter in the Wind" é um filme coreano sobre a vida de Choi Baedal. Este ficou uma lenda no Japão, apesar de ser coreano. Dizia-se dele que enfrentou ao todo 270 mestres de várias artes marciais no Japão. Que larga maioria destes foi derrotada apenas com um soco. Que nunca nenhuma luta entre ele e um mestre durou mais de três minutos, e eram raras as que duravam mais de alguns segundos. Se ele acertasse, partia. Se o adversário bloqueasse um soco, ficava com o braço partido. Ficou conhecido por todo o mundo como o "Godhand", a mão de Deus. Baseado nesta lenda asiática, o filme começa com Choi Baedal (uma magnífica interpretação por parte de Masutatsu Oyama) jovem, rumando ao Japão para se tornar um aviador, nos tempos de guerra. Enfrentando todos os problemas racistas dos coreanos no Japão na altura, Baedal vê ainda o seu antigo mestre de artes marciais ser morto e decide vingar-se. Parte para as montanhas geladas, fazendo com que o treino de Rocky ao pé do dele fosse tão simples como a Kournikova perder um jogo de ténis. Entre partir pedras com as mãos (sim, leram bem!) e outras maluquices, sempre congelado, Baedal decide por fim partir e defrontar todos os mestres marciais do Japão, provando ser o que o seu antigo mestre sonhava ser, o homem mais forte do Japão.

É um filme cheio de sentimentalismo, que torna a história maior que a vida. Acaba com uma frase da autoria de Baedal, que pelo que pesquisei está escrita em livros sobre a vida que o mesmo fez - "Não precisas de ser rico. Podes ser pobre. Tudo o que precisas é ter um objectivo na vida. E assim serás belo!". Depois de duas horas a ver o filme, esta frase toca a todos. Como tal "Fighter in the Wind" é dramático e sentimental, sem ser lamechas, com uma coreografia de luta espetacular e alguns planos não menos exuberantes. É sobre alguém que desafia tudo e todos e conquista o mundo. Uma excelente combinação do cinema típico de acção de Hong Kong com os já habituais melodramas coreanos. Combinação que provou ser brutal neste filme. Tal como li por aí, um filme que não é apenas para ser ver com os olhos, mas com o coração. Saber que é auto-biográfico enche-nos de força. Viva o cinema asiático.

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