quinta-feira, dezembro 30, 2004

Devil's Pond (2003)

O que começa como uma romântica lua-de-mel numa ilha deserta, com apenas uma cabana, no meio de um enorme lago, transforma-se num horrível pesadelo, quando Julianne (a bela Tara Reid) descobre que o seu novo marido é completamente "passado dos cornos". Encurralada na ilha, sem saber nadar e sem meios para sair dali, pois o seu maridinho (Kip Pardue) destruiu o barco e tudo mais, ela entra em desespero e começa a perceber que a única forma de sair dali é matado-o. Será que o vai conseguir? MuAhahHaH (riso maquiavélico), vejam o filme!

Este é daqueles filmes de terror de baixo orçamento, que não fosse pela Tara Reid, ninguém tinha visto. Eu inclusive. O filme é completamente "domado" por estas duas personagens. Não aparece mais ninguém o filme todo. Em termos de representações e de bom exemplo da premissa "Obessesão", o filme safa-se e bem. Agora em termos de thriller psicológico, filme de terror ou qualquer estilo do género, falha por completo. Assustava mais olhar para a Kournikova, Pamela Andersson, Carmen Electra, Elisha Cuthbert ou Angelina Jolie sem maquilhagem. (Este foi um pequeno truque para aumentar as visitas ao blogue através do Google, usar os nomes de gajas conhecidas e jeitosas). Por isso, a não ser que o vosso QI seja o mesmo da vossa temperatura da sala, não aluguem este filme. Não vai acrescentar nada aos vossos neurónios, garanto-vos. Mas aviso já que a Tara Reid está bem boa no filme.... nada, nada, não liguem! Ah, já me esquecia. Depois de 2 semanas sozinhos numa ilha, sem água, sem nada... Tara Reid teve sempre maquilhada e "boa nas horas"!

terça-feira, dezembro 28, 2004

Intacto (2001)

Juan Carlos Fresnadillo, o Shyamalan de Espanha? Tal como em "Unbreakable", "Intacto" entra pelo caminho das profundezas da mente humana sobre invulnerabilidades, fragilidades e dotes. Esta é uma história sobre homens abençoados com a sorte e tudo o que de mais radical e dramático estão dispostos a fazer para se consagrarem como os melhores. "Intacto" é um filme que fala dessa estranha e inexplicável coisa que é a sorte como uma entidade invisível mas quase física, capaz de passar de corpo em corpo como um vírus desejado. É admirável como Fresnadillo cria um mundo muito próprio, com uma lógica interna e regras bem definidas que rapidamente parece fazer todo o sentido ao espectador que estiver disposto a aceitar o jogo. Há um certo ambiente de sonho que o Fresnadillo não ousa levar às últimas consequências, mas que consegue criar inquietação suficiente para que não o percamos de vista numa das suas próximas aventuras. De "Intacto" pode dizer-se que é daqueles filmes que promete muito mais do que aquilo que pode, objectivamente, cumprir. Louve-se a ambição. No entanto, sublinhe-se a frustração que fica depois de hora e meia de boas ideias em busca de uma épica resolução que acaba por não acontecer. Seja como for, vale a pena descobrir.

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Forrest Gump (1994)

Uma breve incursão pela história americana desde a década de cinquenta até à década de oitenta, através dos olhos de um homem, Forrest Gump, resulta num épico, graças à realização inteligente e sentimental de Robert Zemeckis e ao desempenho sensível de Tom Hanks no papel principal. A primeira vez que vemos Forrest, um simpático idiota com um QI de 75, ele está sentado num banco, numa paragem de autocarros. Enquanto espera, vai contando a sua vida a uma sucessão de pessoas com as quais partilha o banco - e é uma história espantosa. Ao longo de pouco mais de duas horas de filme, passamos três décadas da sua vida, nas quais chegou a ser apresentado a três presidentes norte-americanos; torna-se um herói de guerra salvando o seu superior "Tenente Dan" (brilhantemente interpretado por Gary Sinise) e ainda um magnata do camarão. Em todos estes momentos, Forrest sonha reencontrar Jenny (Robin Wright Penn), sua única amiga de infância, e cuja vida tomou um rumo completamente diferente. Enquanto Forrest está a participar em diversos momentos culturais e históricos, Jenny está metida até ao pescoço na contracultura americana, protestando contra a guerra e defendendo o álcool e a droga. A história de amor entre Forrest e Jenny é única e maravilhosa. Assim sendo, esta é uma história comovente de um homem simpático, honesto e inocente (repito, mais uma vez, interpretado de uma forma magistral por Hanks), que todos gozavam e em que ninguém acreditava. Obra de arte e para sempre marcado na história do cinema. "Why don't you love me, Jenny? I'm not a smart man, but I know what love is."

terça-feira, dezembro 21, 2004

Baramui Fighter (2004)

"Fighter in the Wind" é um filme coreano sobre a vida de Choi Baedal. Este ficou uma lenda no Japão, apesar de ser coreano. Dizia-se dele que enfrentou ao todo 270 mestres de várias artes marciais no Japão. Que larga maioria destes foi derrotada apenas com um soco. Que nunca nenhuma luta entre ele e um mestre durou mais de três minutos, e eram raras as que duravam mais de alguns segundos. Se ele acertasse, partia. Se o adversário bloqueasse um soco, ficava com o braço partido. Ficou conhecido por todo o mundo como o "Godhand", a mão de Deus. Baseado nesta lenda asiática, o filme começa com Choi Baedal (uma magnífica interpretação por parte de Masutatsu Oyama) jovem, rumando ao Japão para se tornar um aviador, nos tempos de guerra. Enfrentando todos os problemas racistas dos coreanos no Japão na altura, Baedal vê ainda o seu antigo mestre de artes marciais ser morto e decide vingar-se. Parte para as montanhas geladas, fazendo com que o treino de Rocky ao pé do dele fosse tão simples como a Kournikova perder um jogo de ténis. Entre partir pedras com as mãos (sim, leram bem!) e outras maluquices, sempre congelado, Baedal decide por fim partir e defrontar todos os mestres marciais do Japão, provando ser o que o seu antigo mestre sonhava ser, o homem mais forte do Japão.

É um filme cheio de sentimentalismo, que torna a história maior que a vida. Acaba com uma frase da autoria de Baedal, que pelo que pesquisei está escrita em livros sobre a vida que o mesmo fez - "Não precisas de ser rico. Podes ser pobre. Tudo o que precisas é ter um objectivo na vida. E assim serás belo!". Depois de duas horas a ver o filme, esta frase toca a todos. Como tal "Fighter in the Wind" é dramático e sentimental, sem ser lamechas, com uma coreografia de luta espetacular e alguns planos não menos exuberantes. É sobre alguém que desafia tudo e todos e conquista o mundo. Uma excelente combinação do cinema típico de acção de Hong Kong com os já habituais melodramas coreanos. Combinação que provou ser brutal neste filme. Tal como li por aí, um filme que não é apenas para ser ver com os olhos, mas com o coração. Saber que é auto-biográfico enche-nos de força. Viva o cinema asiático.

domingo, dezembro 19, 2004

The Butterfly Effect (2004)

"Efeito Borboleta" é um filme sobre escolhas. Com recursos de montagem muito bons, o filme desenrola num esquema de quebra-cabeças baseado nas falhas de memória de Evan (Ashton Kutcher). Mais tade percebemos que Evan têm um dom precioso: o poder de manipular o tempo através desses blackouts temporais passados, capacidade que herdou do pai, que todos achavam maluco por dizer que o conseguia. Só que sempre que Evan voltava ao passado para remendar algo de mal, as consequências no futuro eram cada vez piores. Sobre a história, não digo mais, vejam mas é o filme. Muito bom e diferente do costume. Todos os desempenhos no filme são muito, mas mesmo muito bons. Até Kutcher consegue estar bem, sem ser a fazer as palhaçadas do costume. Excelente estreia dramática. Mas quem se destaca são aquelas que representam os personagens principais mas com 12, 13 anos. Safaram-se como gente grande, e um olhar como o de Tommy, com aquela idade, na cena do cinema, não é para qualquer um. De resto, uma sensual Amy Smart como já nos habituou.

Efeito Borboleta é um filme que envoca a "Teoria do Caos", teoria essa que defende que "o bater de asas de uma borboleta no Japão, pode causar um tornado nos Estados Unidos". É com esta definição que o filme começa. Mas a ideia principal é que um simples gesto como sair 1 minuto mais tarde de casa por ir beber um copo de água, muda a tua vida para sempre. O facto de ires sair para uma discoteca em vez de ires para outra, podes conhecer alguém que vai mudar a tua vida para a eternidade. E se pensarmos bem, é verdade não é? Não posso ainda deixar de louvar a escolha da música com que o filme encerra. "Stop Crying Your Heart Out", dos Oasis, encaixa que nem uma luva ao final e ao filme em si. Perfeita. Resumindo, "The Butterfly Effect" é um filme original que mexe com os nossos conceitos de tempo, destino e memória, entre outros, tornando-se num filme que podemos amar, de uma forma triste mas não menos apaixonante. Um "Must-See".

segunda-feira, dezembro 13, 2004

The Best of Triumph the Insult Comic Dog (2004)

Detesto marretices... mas isto é muito mais que alguem por trás de um boneco canino. O seu humor é insultuoso, degradante e atinge todos, sejam mulheres, celebridades, putos ou idosos. E fez-me rir que nem um benfiquista que tivesse visto o Pinto da Costa ser enfiado em Alcatraz para o resto da vida. Nesta colecção dos melhores momentos de Triumph (assim se chama o "cão"), é de destacar o da premiere da "Guerra das Estrelas: Ataque dos Clones" e o do concerto no estádio dos Giants de Bon Jovi. De morrer a rir. Só visto mesmo. Nem sequer dou pistas, para não estragar o momento em que o forem ver. O que me fez adorar este género de comédia, foi claramente o poder de improvisação do homem que controla o marreta. Todas os seus ataques estão dependentes das reacções e respostas dos visados, mas Triumph nunca fica por baixo e ataca insultuosamente e originalmente estes. É pena ser só 1 hora e 1 minuto. Mas foi o suficiente para valentes gargalhadas. Humor duro e cru. "They were pooped on".

domingo, dezembro 12, 2004

National Treasure (2004)

"National Treasure" é divertido, apesar de ser um pouco longo (2 horas e 5 minutos). Tal como todas as outras produções de Jerry Bruckheimer, acção, perseguições, aventuras e tudo o mais não faltam. O filme baseia-se na procura de um tesouro dos "Templários", que todos consideram ser apenas um mito, mas que Ben Gates (Nicolas Cage) sente no seu coração ser verdadeiro, devido a todo o esforço na procura do mesmo que os seus antepassados tiveram. A história é pouco credível e isso vê-se logo a milhas quando as personagens precisam de roubar a "Declaração da Independência" americana. Nada que mate o filme, pois este é extremamente viciante devido ao seu guião divertidíssimo, também acompanhado por engraçadas representações de Justin Bartha e Nicolas Cage. O filme tem uma forma de puzzle, em que pista após pista, o tesouro vai ficando mais perto e mais fácil de localizar. Isto faz com que o espectador esteja sempre agarrado ao filme e à espera da próxima aventura. Nicolas Cage, Diane Kruger, Jon Voight e Sean Bean estão bem, mas o destaque vai para o "desconhecido" Justin Bartha, que junta à sua "cómica" personagem, uma grande representação. Pelo misto de aventura e momentos engraçados, recomenda-se a todos os apaixonados dos filmes de Indiana Jones.

quinta-feira, dezembro 02, 2004

Gato Fedorento - Série Fonseca (S1/2003)

Num panorama nacional fossilizado, em que o supra sumo sacrossanto do humor é o sempre eterno Herman, aparecem agora (trinta anos depois do início dos Monty Python) quatro jovens que são uma aragem, uma brisa, uma ventania. Com inteligência e cultura, sem cair no grosseiro ou vulgar, rejeitando o humor boçal mas fazendo também dele a sua fonte de inspiração, os moços passaram de uma sub-corrente humorística a uma loucura nacional. Agarram em situações palermas e ridículas, encenam-nas e dão-lhes a volta, surpreendem-nos com a sua perspicácia. É impossível não vermos retratado o 'povinho' português - mas todo o povinho, eu incluído - e o seu quotidiano nas suas satirizações, não nos rirmos de nós próprios... Miguel Góis, Tiago Dores, Ricardo Araújo Pereira e Zé Diogo Quintela são nomes que já se demarcaram há muito no humor português.

Começaram todos como criativos nas 'Produções Fictícias', onde escrevem textos de humor por encomenta (Herman José e Maria Rueff são alguns dos clientes habituais). Em conjunto começaram um blog com o nome 'Gato Fedorento', onde postavam textos humorísticos de grande qualidade. Era notório que todos participavam do mesmo conceito de humor e tinham um grande talento... tanto que o blog conquistou fãs por todo o lado. Os meios são escassíssimos, filmam em cenários da Sic ou em exteriores, sempre com um amadorismo cativante. Os autores não são actores, mas são eles que pegam nos textos e os interpretam; não têm a veleidade de se querer fazer passar por actores, e é a sua simplicidade, honestidade e espontaneidade que cativam. Os textos brilhantes apagam o amadorismo da representação, o ritmo de humoristas sabe dar a volta à escassez técnica. A série Fonseca - assim chamada por as personagens se chamarem sempre Fonseca - está integralmente neste DVD, todos os episódios, num total de 13, a que acrescem 10 sketches do 'Perfeito Anormal' e um documentário inédito. Ficam assim bem compensados os 27,95 euritos que se desembolsam. Resumindo, originalidade, qualidade e sentido de humor aguçado, a satirização do absurdo do quotidiano. Simplesmente Maravilhoso. Mais de 5 horas de sketches. O Melhor DVD de sempre com a palavra Bidé na capa! Sem dúvida!

Nota de Editor: Texto quase total da autoria de LisaB do Livra.PT, o qual quis aqui sublinhar.